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INSTINTO I - O Despertar

  Capítulo I - Introdu??o

  O despertador tocou às 6h30 da manh?.

  Leon n?o levantou.

  Ele encarava o teto do quarto como se aquilo fosse mais interessante do que o que esperava lá fora: escola, gente irritante, e mais um monte de coisa que ele mal aguentava. A mochila jogada no ch?o, cadernos amassados, tênis sujo de lama seca.

  A porta bateu.

  — Leon! Vai se atrasar de novo! — a voz do pai, Mateo, ecoou firme, sem paciência.

  — Já t? indo... — murmurou, mesmo sem se mexer.

  [Já na escola]

  O colégio Wilfton Hills parecia mais uma pris?o mal disfar?ada. Muro alto, pintura descascada, e professores com olheiras que pareciam estudar junto com os alunos.

  Leon chegou atrasado. De novo.

  — Surpresa zero — disse Theo, encostado no port?o com um fone só no ouvido e uma lata de energético na m?o.

  — Aposto cinco conto que cê n?o escovou os dentes.

  — Cala a boca — Leon riu, dando um soquinho no ombro do amigo.

  — Acordei com o espírito de um idoso hoje.

  — Esse teu espírito vive com dor nas costas e crise existencial, hein...

  Eles riram, mas por dentro Leon sentia aquela sensa??o esquisita de novo. Tipo... um peso no ar. Como se algo estivesse prestes a mudar.

  Após uma entediante aula de matemática da professora Helena, o sinal do intervalo toca e Leon, Theo e Luna v?o para o pátio.

  Luna chutava uma pedra com raiva no pátio.

  — Sério, vocês viram aquele cara da 3B tentando me passar uma cantada? — ela bufou.

  — "Você caiu do céu?" Meu irm?o, eu caí do ?nibus e ainda bati o joelho na escada. Vai se tratar.

  — Você devia escrever um livro de cantadas bizarras — Theo comentou, abrindo uma barrinha de cereal.

  Leon apenas observava. Sorria pouco, falava pouco. O mundo ao redor parecia normal, mas dentro dele... algo vibrava. Como se tivesse uma bomba prestes a explodir — e ele era o pavio.

  Após uma cansativa manh? de estudos cada um vai para o seu canto e sua casa.

  Leon liga seu computador e vai jogar um pouco para desestressar. Ele se perde no horário e quando menos percebe já s?o Meia noite, ent?o Leon vai dormir e acordar no dia seguinte com a mesma rotina repetitiva.

  Ato I - A Cidade Dorme

  O sino soou, e os alunos come?aram a se dispersar para a próxima aula. Leon caminhava pelo corredor com as m?os nos bolsos, os olhos fixos no ch?o. A sensa??o de algo errado crescia dentro dele a cada passo. A sombra que sentia no fundo da alma parecia mais pesada, mais distante, mas ainda assim, lá.

  — Leon, vai se atrasar de novo! — a voz de Mateo, seu pai, ecoava em sua mente. O velho sempre dizendo que ele era “distraído”, e que precisava parar de ser fraco. A press?o era grande, mas ele nem tinha for?as para tentar mudar a situa??o.

  No fim do corredor, Theo Cruz estava de bra?os cruzados, com o típico sorriso maroto no rosto. Seus cabelos castanhos e cacheados estavam desordenados, mas de alguma forma ele parecia sempre à vontade. Theo, com sua camiseta de anime e os fones de ouvido que tocavam alguma música aleatória, fez um sinal com a m?o para Leon.

  — Vai me deixar no vácuo, irm?o? — Ele estava quase gritando, mas com o mesmo tom de sempre: brincalh?o, sarcástico, mas leal como ninguém.

  — Você tem a habilidade de ser atrasado até quando n?o precisa. Vai me dizer que o universo conspira contra a gente?

  Leon só revirou os olhos, mas a verdade era que ele n?o conseguia ficar irritado com Theo por muito tempo. O cara tinha o dom de transformar qualquer situa??o em piada, e, de alguma forma, isso sempre fazia Leon relaxar, pelo menos por uns minutos.

  — Surpresa zero, como sempre. Vai perder a chance de passar a matéria de novo? — Luna, a melhor amiga de Leon, falou enquanto passava apressada pelo corredor. Seu cabelo Black power era uma parede de estilo e energia, e suas fitas coloridas nas tran?as a tornavam ainda mais imponente. — Olha esse moleque. é sério, cê precisa de mais coragem, Leon.

  Luna nunca teve papas na língua. Ela tinha o corpo de uma atleta, sempre se destacando pelo jeito destemido de enfrentar os problemas, e a ideia de ficar "na média" nunca passou pela cabe?a dela. Ela e Leon tinham uma amizade sólida, baseada em lealdade e conversas sem filtros. Mas, no fundo, ela sabia o que Leon ainda n?o admitia: ele n?o estava t?o bem quanto parecia.

  O intervalo estava quase terminando, e foi quando o grupo de Leon viu uma garota nova entrar no refeitório. Ela parecia t?o fora de lugar, como se o ambiente fosse estranho demais para ela. Isabelle Darc. Ela estava parada perto da janela, olhando o pátio vazio com um olhar distante.

  Isabelle tinha o cabelo ondulado e escuro, preso em um rabo de cavalo baixo, e seus olhos, de um tom prateado quase etéreo, n?o passavam despercebidos. Ela usava um suéter preto simples e cal?as jeans rasgadas, mas seu estilo tinha uma aura de mistério que deixava qualquer um curioso. N?o se misturava com os outros alunos, nem parecia querer.

  — Sabe de onde ela é? — Luna perguntou, fitando Isabelle de longe, mas com uma express?o de leve curiosidade.

  Theo deu de ombros, um sorriso divertido surgindo em seu rosto.

  — Só sei que ela entrou aqui do nada. Mas, tipo, olha a energia da mina. A galera que tem um olhar desse tipo geralmente tem algo escondido, sabe?

  Leon n?o p?de deixar de notar. Aqueles olhos claros, como se fossem capazes de ver mais do que qualquer um ali, estavam fixos no nada, mas ele sentiu algo... diferente. Como se ela soubesse de algo que ele ainda n?o entendia. Ou talvez fosse apenas impress?o dele.

  Isabelle levantou os olhos e, no instante em que os olhares de Leon e dela se cruzaram, ele sentiu uma pequena onda de energia, algo estranho, vindo dela. Leon desconversou, mas algo dentro de si o alertou.

  A garota sorriu levemente, mas logo voltou a olhar pela janela. Como se nada ao seu redor fosse importante.

  Theo, que percebera a intera??o, deu uma piscada para Leon.

  — Ah, Leon, n?o me diz que você já caiu de amores pela novata.

  Leon for?ou um sorriso. N?o sabia explicar, mas sentia que algo em Isabelle era misterioso demais. Algo que ele ainda n?o podia compreender. E, talvez, algo que tivesse a ver com o que ele ainda estava come?ando a sentir... a mudan?a que se aproximava...

  O intervalo acaba e os três voltam para a sala de aula, junto da aula de história sobre Revolu??o Francesa.

  A aula de história estava entediante, como sempre. Leon mal conseguia manter os olhos abertos enquanto o professor falava sobre a Revolu??o Francesa, com aquele tom monótono que parecia tirar toda a energia do ambiente. Ele olhou pela janela, pensando em como as coisas pareciam diferentes esses dias. Como se estivesse se distanciando de tudo à sua volta, como se o mundo ao redor fosse feito de cartolina.

  A porta da sala se abriu com um rangido, e todos os olhares se voltaram para o corredor. Uma garota entrou na sala, sozinha, sem cumprimentar ninguém. N?o parecia nervosa ou insegura, mas também n?o parecia querer ser notada. Ela passou pelo professor, que a observou brevemente antes de apontar para uma cadeira vazia na última fileira.

  — Essa é a Isabelle Darc — o professor disse de forma impessoal, sem muita cerim?nia.

  — Ela acaba de se transferir. Isabelle, se precisar de algo, é só avisar.

  A garota n?o disse uma palavra. Apenas acenou com a cabe?a e se dirigiu à cadeira, sentando-se sem olhar para ninguém.

  Theo, sentado ao lado de Leon, fez uma careta, visivelmente curioso.

  — Caramba, que vibe esquisita. — ele sussurrou, olhando para a garota, que parecia completamente fora de sintonia com o resto da turma.

  Leon observou Isabelle discretamente. Ela n?o parecia ter o tipo de presen?a de quem está tentando se enturmar. Ela era contida, quase indiferente ao que acontecia ao redor. Seus cabelos ondulados caíam soltos sobre seus ombros, com um brilho natural, e o suéter preto e cal?a jeans surrada pareciam comuns, mas de alguma forma ela tinha algo mais. Os olhos dela, de um tom claro e frio, estavam fixos no livro aberto à sua frente, mas o olhar parecia distante, como se ela estivesse em outro lugar.

  — Ela é esquisita, comentou Luna em voz baixa, com a express?o de sempre, meio desafiadora.

  — Acho que ela deve ser uma dessas pessoas que só aparece quando a vida deles já é um filme.

  Leon n?o respondeu. Estava com o foco dividido entre a garota nova e o sentimento estranho que ainda o assombrava. Algo dentro dele disparou quando ele a viu. Era como se uma sombra tivesse se mexido em sua mente por um instante. Mas ele logo se for?ou a ignorar isso. N?o era hora para ficar viajando nessas coisas.

  O restante da aula seguiu sem incidentes. Quando o sinal finalmente soou, anunciando o fim da manh?, Leon se levantou e caminhou em dire??o à porta. Theo o acompanhou, fazendo piada sobre o fato de Leon ter esquecido o caderno de novo.

  — N?o é possível, cara. Você vai acabar indo pra recupera??o por causa disso.

  — Nem me lembra, velho. — Leon suspirou, já se sentindo cansado de tudo.

  Eles saíram da sala e foram em dire??o ao pátio. Foi aí que Leon a viu novamente.

  Isabelle Darc estava encostada na parede com uma perna levantada encostada nela, com a mochila caída ao seu lado, parecendo alheia à movimenta??o ao redor. Ela estava sozinha, como se tivesse feito uma escolha consciente de n?o se misturar com os outros. Seus olhos, quando se cruzaram com os de Leon, n?o eram de surpresa ou de curiosidade. Era como se ela já soubesse exatamente o que ele estava pensando.

  Theo, percebendo o olhar de Leon, deu um empurr?ozinho nas costas dele.

  — E aí, Leon, já tá interessado? Vai ficar aí encarando a mina? — ele riu, mas n?o parecia brincar muito.

  Leon desviou o olhar rapidamente, tentando disfar?ar.

  — Nada a ver. Ela... — ele pausou, sem saber o que dizer. N?o queria parecer que estava ficando obcecado, mas a sensa??o de que havia algo diferente sobre ela n?o sumia.

  A garota se afastou da parede e come?ou a caminhar em dire??o à saída, passando perto deles. O cheiro sutil de algo amadeirado e doce parecia se espalhar enquanto ela passava, mas Leon percebeu que, ao contrário de outros alunos, ela n?o estava correndo para pegar o ?nibus ou se juntar aos grupos. Ela se movia com calma, quase desinteressada, e ao mesmo tempo, introspectiva.

  Theo a observou de canto de olho e fez uma careta.

  — Ela tem um ar de quem veio de outra galáxia, sério. — ele comentou, e Leon for?ou uma risada.

  Mas, na verdade, Leon n?o sabia o que pensar. Era como se ela tivesse uma energia que o incomodava, sem nem precisar fazer nada. Ele n?o podia explicar, mas sentia que ela n?o era só mais uma aluna nova.

  Leon volta para a casa e come?a a jogar com seu amigo Theo pelo o computador um jogo novo. Eles comentam sobre Isabelle

  — E você tá afim dela mesmo mano? — Perguntou Theo

  — Cara eu sinceramente n?o sei, ela tem uma energia que faz eu me sentir incomodado ou sei lá oque — Respondeu Leon

  — Ela é meio esquisita mesmo, uma pessoa de poucos amigos, porém n?o parece ser alguém insuportável de se conviver Leon — Afirmou Theo

  — N?o nesse sentido de inc?modo que eu estou dizendo, no sentido de que ela, a sei lá mano, n?o fa?o ideia ainda — Disse Leon querendo encerrar o assunto

  — Ent?o tá bom, vamos ver no que vai dar. Vou dormir aqui que t? cansad?o, amanh? no colégio a gente se vê — Encerrou Theo

  — Ok, boa noite Theo — Disse Leon

  — Boa noite Leon — Encerrou Theo

  Após esse curto diálogo, os dois v?o dormir para iniciar mais uma manh? entediante naquela escola completamente desgastada.

  Ato II: Segredos no Ar

  O intervalo estava lotado, como sempre. O pátio da escola, com seu cheiro de cimento velho e comida de lanche, parecia abafado, mas Leon estava absorto demais nos próprios pensamentos para perceber. Ele n?o conseguia parar de se perguntar sobre Isabelle Darc. Algo nela mexia com ele, e n?o era apenas o fato de ela ser nova ou ter um estilo meio solitário. Havia algo mais.

  Theo e Luna estavam conversando com um grupo de amigos, mas Leon se sentou sozinho na borda do pátio, observando o cenário, sem realmente estar ali. A sensa??o de que algo estava prestes a acontecer o incomodava.

  Foi quando ele a viu novamente. Isabelle estava parada perto da entrada, olhando para o lado oposto, com um olhar vazio, como se estivesse esperando algo, ou talvez apenas... observando. Ela parecia distante, como se vivesse em um mundo paralelo ao dos outros.

  Leon se levantou sem pensar muito. Curiosidade? Talvez. Ou talvez um impulso que ele ainda n?o soubesse explicar. Ele come?ou a andar em sua dire??o.

  — Ei, você tá indo atrás dela? — Theo apareceu ao lado, com a típica express?o sarcástica.

  — Sabe, você n?o vai conseguir decifrar esse enigma de uma hora pra outra.

  Leon deu um sorriso sem gra?a e continuou caminhando.

  Isabelle levantou os olhos quando Leon se aproximou. Eles ficaram ali, se olhando por um momento, sem palavras. Era como se ambos soubessem que algo mais estava em jogo, mas nada estava explícito.

  Ela foi a primeira a quebrar o silêncio.

  — Você sente, n?o é? — disse Isabelle, sua voz baixa, mas com um tom de certeza. Seus olhos eram profundos e, por um momento, Leon sentiu como se ela estivesse vendo além dele, como se tivesse tocado algo dentro dele.

  Ele franziu a testa, tentando entender o que ela queria dizer.

  — Sente o quê? — Leon respondeu, embora soubesse que a pergunta era quase irrelevante. Ele sabia que ela n?o estava falando sobre o que era óbvio. Havia algo de mais por trás de suas palavras, algo que ele n?o conseguia decifrar.

  Isabelle deu um passo em dire??o a ele, sem pressa, como se estivesse se preparando para revelar algo importante, mas de uma maneira bem contida, quase como se estivesse tentando manter o controle.

  — Que o mundo está mudando... para nós, especialmente. — Ela disse com um sorriso enigmático, algo entre dúvida e certeza. Como se estivesse compartilhando algo com ele, mas n?o completamente.

  Leon a observou por um momento, com um misto de incredulidade e curiosidade. Ele sabia que Isabelle n?o era uma garota comum, mas aquelas palavras faziam seu cora??o bater mais rápido. Algo estava acontecendo, e ele sentia que ela sabia disso de uma forma que ele ainda n?o entendia.

  Antes que ele pudesse perguntar mais, Isabelle deu um passo para trás e olhou ao redor, como se estivesse avaliando a situa??o. Depois, ela o encarou com uma express?o mais séria.

  — Vai acontecer mais cedo do que você imagina, Leon. — E, sem dizer mais nada, ela virou-se e caminhou para a saída, deixando-o para trás, com mais perguntas do que respostas.

  Leon ficou parado, sentindo o peso das palavras dela, mas também uma ansiedade crescente. Ele sabia que estava perto de algo, mas o quê? E, mais importante, como Isabelle sabia tanto?...

  O pátio estava mais silencioso agora, com os alunos espalhados por todo canto, mas Leon ainda sentia um peso no ar, algo que n?o conseguia explicar. Ele tinha a sensa??o de que algo estava prestes a acontecer, algo que mudaria tudo.

  Enquanto ele caminhava em dire??o à cafeteria, seus pensamentos estavam todos voltados para as palavras de Isabelle. Ele olhou para as suas próprias m?os, tentando sentir algo diferente, mas tudo parecia normal. Exceto que n?o era.

  No dia seguinte, ele sentiu isso com mais intensidade. No fim da aula de educa??o física, ele deu uma corrida pela quadra, como sempre fazia para liberar a tens?o. Mas, dessa vez, ele correu mais rápido. Sua respira??o n?o ficou ofegante, como de costume. Ele estava mais forte. O corpo respondia de maneira diferente, como se estivesse se expandindo.

  Ele parou na beira da quadra e olhou para o horizonte, com o vento batendo no seu rosto. Ele tinha certeza de que algo havia mudado.

  E foi ent?o que ouviu uma voz suave atrás dele.

  — Eu sabia que ia acontecer. — Isabelle apareceu de repente, com um sorriso pequeno nos lábios. Ela parecia t?o calma, como se tivesse esperado por isso.

  Leon se virou para encará-la, agora mais confuso do que nunca.

  — Você também? — Ele perguntou, a dúvida e o medo misturados na voz.

  Isabelle deu um passo à frente, seus olhos brilhando com um mistério que parecia se expandir a cada palavra.

  — A gente está só come?ando, Leon. — Ela disse, e de alguma forma, ele soube que o futuro deles n?o seria mais o mesmo.

  Leon pelo o resto das aulas ficou pensativo no assunto, se ele realmente era normal, ou se tinha algo acontecendo com o seu corpo. Porém nada parecia mudar nele, Olhos Castanhos cor de mel, Cabelos curtos e lisos, o corpo continuava do mesmo tamanho e normal, mesmo com seus óculos n?o conseguia notar a diferen?a.

  Ato III: For?a Queima Por Dentro

  Os dias seguintes foram confusos para Leon. Era como se o próprio corpo estivesse em constante transforma??o. às vezes ele se sentia comum, como qualquer outro garoto de 17 anos. Mas em outros momentos, quando menos esperava, algo despertava — algo que ele n?o sabia controlar.

  Na aula de educa??o física, ele come?ou a perceber as mudan?as com mais clareza. Durante uma partida de queimada, ele desviava das bolas como se soubesse onde cada uma cairia antes mesmo de serem lan?adas. Seus reflexos estavam afiados, quase sobrenaturais.

  Em um dos lances, a bola veio com tudo em dire??o ao rosto dele. Em vez de simplesmente desviar, ele agarrou a bola no ar com uma m?o só, como se fosse algo natural. Os colegas pararam, olhando surpresos. Theo soltou uma risada.

  — Mano, tá virando o Flash agora?

  — Foi reflexo, sei lá, Leon disfar?ou, sentindo o cora??o acelerar.

  Mas ele sabia que n?o era só isso.

  No caminho de volta pra casa, Leon estava sozinho. O céu estava cinzento, e uma leve garoa caía sobre a cidade. Ele cortou caminho por um beco perto do mercado — coisa que fazia sempre — mas dessa vez algo foi diferente.

  Um homem encapuzado, nervoso, esbarrou nele correndo e, sem motivo aparente, empurrou Leon com for?a contra a parede.

  — Sai da frente, moleque! — gritou.

  Leon bateu com o ombro no concreto, mas n?o sentiu dor. Na verdade, a parede trincou levemente com o impacto. Ele olhou para trás, confuso, e viu o homem fugindo. Um impulso tomou conta dele.

  Ele correu.

  Mas n?o era uma corrida comum. Seus passos pareciam quase flutuar, e o mundo ao redor virou um borr?o. Em segundos, ele estava na frente do homem — como se tivesse teleportado.

  O ladr?o parou, chocado.

  — Como... você fez isso? — Ele gaguejou, olhando para Leon como se estivesse vendo um fantasma.

  Leon também n?o sabia. Ele estava ofegante, mas n?o cansado. O corpo tremia, n?o de medo — de energia. Era como se estivesse prestes a explodir. O homem tentou empurrá-lo, mas Leon segurou seu bra?o com firmeza e o imobilizou com uma facilidade absurda.

  O ladr?o caiu no ch?o, e Leon simplesmente se afastou, tentando entender o que tinha acontecido. Estava come?ando. A for?a. A velocidade. Os reflexos. Tudo ali, emergindo de dentro dele, como um instinto primitivo que gritava para ser liberado.

  ---

  Mais tarde naquela noite, no quarto, Leon ficou encarando o espelho. Ele tirou a camiseta e analisou o próprio corpo. N?o parecia diferente, mas ele sentia que era. As veias pulsavam mais forte. Os músculos estavam mais rígidos. A pele, mais resistente. Ele apertou a m?o com for?a e ouviu os ossos estalarem — mas sem dor, como se o corpo estivesse se ajustando.

  — O que eu t? virando? — ele sussurrou.

  Ent?o, por um breve momento, quando as luzes do quarto piscaram durante uma queda de energia, ele viu algo refletido no espelho — uma sombra que cobria seu ombro, como se parte dele estivesse envolta em escurid?o viva. Mas assim que piscou, desapareceu.

  Leon se aproximou do espelho. Aquilo tinha sido real? Ou só sua mente pregando pe?as?

  Ele estava mudando. E n?o era o único.

  No dia seguinte, Leon se encontrou com Theo no port?o da escola. O amigo já estava esperando, encostado na bicicleta, com os fones no pesco?o.

  — Cê tá estranho, mano. Tá tudo bem? — Theo perguntou, olhando pra ele de cima a baixo.

  Leon hesitou, mas soltou um leve sorriso.

  — T?... diferente. Mas bem.

  Eles andaram juntos até o pátio, onde Luna e Davi já esperavam sentados no banco de sempre. Luna estava animada, como sempre, e Davi — mais quieto — só ouvia a conversa, como se estivesse em outro mundo.

  Mas naquela manh?, alguma coisa pairava no ar. Algo diferente.

  Durante a aula de biologia, Theo come?ou a sentir uma press?o no peito. Ele tentava se concentrar no microscópio, mas seus olhos pareciam ver além. Literalmente. Quando olhou pra lamina de células, enxergou detalhes microscópicos com uma nitidez absurda, como se seus olhos tivessem virado lentes de aumento biológicas.

  Ele piscou várias vezes e recuou na cadeira.

  — Tá tudo certo aí? — perguntou Luna, do lado.

  — Acho que t? ficando cego ou... sei lá. T? vendo as células dan?ando aqui.

  Luna riu, mas Theo n?o.

  ---

  No pátio, enquanto esperavam o sinal para a próxima aula, Davi estava de fones, sentado contra a parede. De repente, ele come?ou a ouvir vozes. N?o dos colegas ao redor, mas vozes que n?o estavam sendo ditas. Pensamentos.

  Ele levantou os olhos devagar e encarou Luna, depois Theo, depois Leon.

  — “Será que ele tá bem mesmo?” — ele repetiu em voz baixa, olhando pra Theo.

  — O quê? — Theo perguntou, surpreso.

  — Você acabou de pensar isso. N?o falou.

  Theo franziu a testa.

  — Como você sabe?

  Davi ficou pálido. Aquilo n?o era normal.

  ---

  Enquanto isso, Leon observava tudo. Ele ainda sentia a energia pulsando dentro dele — mais forte a cada dia. A sombra da noite passada ainda estava gravada na memória, aquele pequeno momento onde viu a escurid?o viva tomando forma em seu ombro.

  E agora, parecia que n?o era só ele.

  ---

  Mais tarde naquele dia, Isabelle se sentou ao lado de Leon na sala de estudos. Ela parecia mais tranquila, mas ainda com aquela aura misteriosa. A luz da janela tocava o rosto dela de um jeito estranho, quase como se a luz seguisse seus movimentos.

  — Você tá mais forte, n?o tá? — ela perguntou, direto.

  Leon assentiu.

  — Mas n?o sou só eu...

  Ela olhou para as m?os e suspirou.

  — Ontem à noite, eu quebrei minha escrivaninha. Sem tocar nela. Eu pensei em destruí-la... e ela simplesmente se desintegrou.

  Leon arregalou os olhos.

  — Você consegue... controlar as coisas?

  — Acho que... matéria. Energia. Eu ainda t? testando. Mas sinto que posso moldar o que quiser — se eu focar.

  Era parecido com Ash. Mas Isabelle n?o criava coisas do nada — ela transformava o que já existia. Paredes, objetos, matéria em volta dela. Isso dava a ela um poder quase ilimitado, se dominado corretamente.

  Ela se virou para Leon.

  — Você é o centro disso tudo, Leon. Mas a gente n?o tá sozinho nisso. E acho que... isso tá só come?ando.

  Ato IV: Luz Sobre Sombras

  Leon estava sentado no telhado do prédio onde morava, encarando o horizonte. O céu da cidade parecia mais pesado nos últimos dias. Havia um silêncio estranho no ar. Desde o incidente no beco, ele n?o conseguia dormir direito.

  Isabelle apareceu como de costume, subindo pela escada de incêndio. Sentou-se ao lado dele, sem dizer nada por alguns segundos. O vento bagun?ava seu cabelo ondulado, e a express?o dela era séria.

  — Você já percebeu, né? — ela falou, quebrando o silêncio.

  — Sobre o quê?

  — Os poderes. Eles n?o s?o uma coincidência. N?o s?o "do nada". Tem uma raz?o pra tudo isso.

  Leon virou o rosto, interessado.

  — Você sabe mais do que tá dizendo.

  Ela assentiu, os olhos brilhando levemente num tom violeta.

  — Desde pequena, eu sinto algo diferente. E recentemente, comecei a... lembrar. Fragmentos, vis?es. Existe um grupo, Leon. Uma legi?o chamada Saqueadores.

  Leon franziu o cenho.

  — Saqueadores? Eles s?o do bem ou do mal?

  — Depende da perspectiva. Eles se dizem heróis... mas fazem coisas horríveis pra manter o "equilíbrio". Eles existem pra impedir que seis entidades... chamadas de Lordes... destruam o mundo.

  Leon sentiu um calafrio subir pela espinha.

  — Entidades?

  — Os seis Lordes. Cada um representa uma parte do que nos consome. O medo. A morte. A escurid?o.

  Ela come?ou a citar um por um, como se estivesse lendo de um livro antigo:

  — Lorde das Sombras: o que manipula a ausência.

  — Lorde da Escurid?o: o que consome tudo que é luz.

  — Lorde das Trevas: pura malícia sem forma, um vácuo emocional.

  — Lorde do Medo: alimenta-se da mente, dos traumas, do panico.

  — Lorde da Morte: toca a carne e ela apodrece.

  — A Morte: o fim absoluto, que até os outros Lordes temem.Leon olhou pra ela como se tivesse ouvido uma história de terror.

  — E os Saqueadores tentam impedir esses... monstros?

  — Controlar. N?o impedir. Eles acreditam que podem usar os Lordes, aprisioná-los, estudar seus poderes... e talvez até absorvê-los. Mas tudo que eles fazem é gerar mais caos. E agora, Leon... alguns de nós est?o come?ando a nascer com resquícios desses poderes.

  Leon respirou fundo. As pe?as estavam come?ando a se encaixar — a escurid?o que ele sentia n?o vinha só dele.

  — Você acha que eu... tenho liga??o com um deles?

  — Acho que todos nós temos. Você, Theo, Davi, Luna... até eu.

  Ela fechou os olhos por um instante. — Mas em você... é mais forte. Você é o catalisador. Algo em você ativa os outros.

  De repente, um estalo. Um som seco de carne esmagada ecoou do beco abaixo. Gritos. Leon se levantou de súbito e correu até a beirada do telhado. Um homem estava caído no ch?o, o corpo torcido de um jeito impossível, como se algo tivesse... o esmagado contra a parede.

  — Merda... — Isabelle murmurou, ao lado dele.

  No escuro, uma silhueta sumiu na penumbra. O ar ao redor parecia mais denso. Mais vivo.

  — Foi um aviso. — ela sussurrou. — Eles est?o acordando. E v?o vir atrás da gente.

  Leon desceu pelas escadas de incêndio, o cora??o batendo forte. Isabelle foi logo atrás, seus olhos atentos escaneando cada canto escuro do beco. A luz do poste piscava sem parar, como se estivesse sendo sufocada pela própria sombra.

  O corpo do homem esmagado ainda estava ali. O som molhado da respira??o falhando ecoava num ritmo irregular. O peito dele afundava lentamente, como se os pulm?es estivessem colapsando por dentro.

  Leon se aproximou devagar, mas a cena era grotesca. O rosto do cara estava virado ao contrário. O bra?o esquerdo parecia ter sido dobrado três vezes no meio. O ch?o era um mosaico de sangue, ossos e dentes.

  — Isso foi um Lorde? — Leon perguntou, sem tirar os olhos da vítima.

  Isabelle balan?ou a cabe?a, com raiva.

  — N?o. Isso foi um teste. Um Saqueador. Eles mandam sinais assim. Pra ver se você reage. Se você *acorda*.

  Leon fechou os punhos.

  — Ent?o é isso. Eu sou uma pe?a num jogo de gente fodida.

  — N?o só você. Eu também. Todos nós. — ela olhou pro céu. — Eles est?o nos observando. Esperando que a gente quebre... ou que mostre algo especial.

  De repente, uma explos?o ecoou do outro lado da cidade. Um clar?o azulado riscou o céu. Era como se o ar tivesse sido rasgado.

  Leon virou o rosto na hora.

  — Isso foi...

  — Theo. — Isabelle respondeu de imediato.

  — Ele acordou.

  Theo estava no meio de uma rua abandonada. Os olhos arregalados, os bra?os tremendo. Ao redor dele, três corpos de gangsters estavam espalhados no asfalto, carbonizados. Um deles ainda se contorcia, a pele soltando fuma?a, os ossos à mostra.

  As m?os de Theo brilhavam com energia elétrica pulsante, como se cada veia tivesse virado um fio de alta voltagem.

  — O que... o que eu fiz? — ele sussurrou, em choque.

  Uma risada ecoou das sombras. Uma figura com uma capa pesada e olhos cobertos por uma máscara de metal se aproximou, batendo palmas.

  — Parabéns, garoto. Agora eles v?o vir atrás de você também.

  Theo tentou correr, mas trope?ou num corpo. Caiu de joelhos, encarando as m?os, o peito arfando.

  — Você é um de nós agora. Um de vocês. — disse a figura. — E os Saqueadores n?o deixam poder desperdi?ado.

  Ato V: O Encontro com o Misterioso

  O vento gelado da noite fazia as sombras dan?arem nas ruas desertas. Leon e Isabelle caminharam em silêncio pelas ruas, os olhos atentos. Algo estava prestes a acontecer. Eles sabiam.

  De repente, uma figura se materializou na esquina, saindo de uma viela escura. Seus movimentos eram rápidos e fluidos, como se estivesse em sintonia com a própria escurid?o. O capuz cobrindo o rosto, mas a silhueta era inconfundível. Era um Saqueador.

  — Vocês... finalmente. — a voz do Saqueador ecoou de maneira fria, mas controlada.

  Leon se colocou em posi??o defensiva, seus punhos apertados. Isabelle ao seu lado, sua postura de quem estava esperando o pior.

  — Quem é você? — perguntou Leon, a tens?o no ar palpável.

  A figura ergueu a m?o lentamente, e de repente, uma corrente de energia azulada envolveu seus dedos, iluminando o ambiente ao redor.

  — Mostrem o que sabem fazer. Quero ver do que s?o capazes. — disse o Saqueador, seu tom desafiador, mas sem hostilidade.

  Isabelle olhou para Leon, que deu um leve aceno de cabe?a. Estava na hora de testar seus limites.

  Sem mais palavras, Leon avan?ou com velocidade impressionante, usando os reflexos que come?avam a se intensificar. Ele se preparava para um soco poderoso, mas o Saqueador desapareceu num piscar de olhos, aparecendo atrás dele em um movimento quase imperceptível.

  — Impressionante... — O Saqueador comentou com um sorriso enigmático. Ele fez um gesto rápido e uma onda de energia cortou o ar, indo na dire??o de Leon. A for?a da onda fez Leon ser arremessado contra a parede.

  Isabelle gritou, mas antes que pudesse agir, O Saqueador já estava de volta à sua frente. Ele n?o parecia agressivo, mas suas inten??es estavam claras — queria testar a resistência deles.

  Ela usou seus poderes de manipula??o de energia e avan?ou em um feixe de luz violeta, tentando acertar O Saqueador. Mas ele desviou com facilidade, ficando fora de alcance.

  — Interessante. — O Saqueador observou enquanto assistia ao movimento rápido de Isabelle. — Mas... será que vocês conseguem controlar isso? — Ele desapareceu novamente, surgindo ao lado de Isabelle e tocando seu ombro.

  Isabelle congelou por um momento, a press?o crescente da luta deixando-a alerta. Quando ele moveu a m?o, ele lan?ou uma onda de energia na dire??o de Leon, que conseguiu bloquear com sua for?a recém-descoberta. O choque fez o concreto ao redor se estilha?ar.

  A luta se estendeu por alguns minutos, com O misterioso Saqueador se mostrando incrivelmente habilidoso. Cada ataque deles era defendido com uma precis?o quase sobrenatural, e ele parecia sempre um passo à frente, como se estivesse antecipando tudo.

  No entanto, n?o era uma batalha que Leon ou Isabelle podiam vencer nesse momento. Com um movimento rápido, O Saqueador parou o combate. Ele ficou ali, a alguns metros de distancia, observando-os com um olhar calculador.

  — Basta. — disse ele, com uma voz mais suave. — Vocês têm potencial. Mas est?o longe de controlar o que têm dentro de vocês.

  Leon e Isabelle estavam ofegantes, mas firmes. Eles se entreolharam, sem saber o que esperar.

  Ele deu um passo à frente e retirou o capuz, revelando um rosto jovem, mas com olhos que carregavam o peso de séculos. Ele estava calmo, sereno, como se soubesse algo que eles ainda n?o entendiam.

  — Eu sou Yuki. — ele se apresentou, sua voz suave, mas com autoridade. — E eu preciso da ajuda de vocês.

  Isabelle olhou para ele, sem entender.

  — Sua ajuda? Você quem atacou a gente. — ela respondeu, ainda desconfiada.

  Yuki sorriu levemente.

  — Eu n?o ataquei. Eu testei. E com o que vi, eu posso ajudá-los a entender os poderes de vocês. — Ele fez uma pausa. — Eu n?o estou sozinho. Os Saqueadores, que s?o aqueles que est?o na nossa luta contra os Lordes, também precisam de vocês. Mas antes de falar mais, quero que pensem bem no que est?o prestes a se envolver. — Ele olhou profundamente nos olhos de Isabelle e Leon, como se estivesse lendo suas almas.

  — Os 6 Lordes n?o s?o apenas monstros ou entidades. Eles s?o for?as primordiais que governam esse mundo nas sombras, e sem a ajuda de pessoas como vocês, o destino da humanidade será selado. — Yuki continuou. — Eu posso treiná-los, guiá-los, mas isso exige que vocês aceitem o peso que virá com isso.

  Leon e Isabelle ficaram em silêncio por um momento. O peso das palavras de Yuki parecia se infiltrar em suas mentes. Eles sabiam que, com ou sem treinamento, a luta estava apenas come?ando.

  Yuki deu um passo atrás e olhou para a cidade à sua frente.

  — E ent?o? Est?o dispostos a lutar para salvar o mundo... ou preferem viver na ignorancia, até que os Lordes venham para acabar com tudo?

  Leon sentiu um calafrio, mas sua resposta foi firme.

  — Nós estamos dentro.

  Isabelle também fez um gesto afirmativo, seus olhos ardendo com uma determina??o crescente.

  Yuki sorriu.

  — ótimo. O treinamento come?a agora. E para isso, vocês v?o precisar de mais do que só for?a bruta. A verdadeira batalha vai além disso.

  Capítulo 2 - A Verdadeira Guerra

  Ato I - O Encontro com Yuki

  O ambiente estava pesado, a tens?o crescente. A luta que parecia inofensiva, uma simples troca de olhares, rapidamente se transformou em um combate brutal. Leon e Isabelle já tinham enfrentado Yuki antes, mas agora, com Davi, Theo e Luna se juntando ao conflito, as coisas estavam prestes a mudar.

  Yuki, com seu sorriso enigmático, estava de volta, dessa vez n?o mais sozinho. Ele enfrentava os três jovens, mas n?o com a inten??o de derrotá-los de imediato. O que ele queria era algo mais: ver até onde os seus poderes podiam ir.

  — Cuidado, eles ainda n?o est?o prontos. — Isabelle disse, com os olhos focados em Yuki. Ela sabia do que ele era capaz, mas também tinha plena confian?a nos amigos.

  — Deixe-os, Isabelle. Eles têm que descobrir por si mesmos. — respondeu Leon, observando atentamente o cenário. Ele já sabia o que estava por vir, e estava preparado para agir se necessário.

  Theo foi o primeiro a atacar, a eletricidade come?ando a emanar de suas m?os. Ele tentou liberar uma onda de raios contra Yuki, mas, com a mesma velocidade impressionante que havia mostrado antes, Yuki simplesmente desapareceu, reaparecendo atrás de Theo, o imobilizando com um movimento preciso e controlado.

  — Impressionante, mas ainda muito previsível. — Yuki disse calmamente, olhando para Theo, que tentava se soltar sem sucesso.

  Davi, visivelmente enfurecido com a atitude de Yuki, avan?ou em seguida, dando um soco direto em seu rosto. Mas Yuki n?o apenas esquivou com facilidade, ele se antecipou ao movimento e, com um movimento de m?o, mandou Davi para longe, o fazendo bater contra uma parede próxima.

  — Seu poder é grande, mas sua precis?o precisa de trabalho. — Yuki comentou, ainda sem pressa, observando os movimentos dos amigos.

  Luna, que até aquele momento tentava entender o que estava acontecendo, decidiu agir. Ela estendeu as m?os e criou uma barreira de energia, uma tentativa de defesa. Mas, novamente, Yuki se movia com uma rapidez sobre-humana, e sua onda de energia destruiu a barreira com facilidade, lan?ando Luna para o ch?o.

  Eles estavam come?ando a perceber que estavam sendo testados de uma maneira que n?o compreendiam completamente.

  — O que você quer de nós? — gritou Davi, tentando se levantar. — Por que está fazendo isso?

  Yuki, ainda sorrindo de maneira enigmática, deu um passo à frente, aproximando-se dos três jovens.

  — Eu quero ver o potencial de vocês. — Yuki respondeu. — Quero saber até onde seus poderes podem chegar.

  Ele se afastou rapidamente, parando a uma boa distancia, e ent?o deu um simples aceno. Ele sabia que estava brincando com a linha tênue entre a dor e o despertar. Para aqueles três, essa luta era mais do que uma simples disputa física; era a chave para o que estava por vir.

  Com um grito, Davi come?ou a concentrar toda a sua energia interna, sua forma física se transformando à medida que ele liberava um poder que ele nem sabia que tinha. Seus punhos come?aram a brilhar com uma energia escura, e com um golpe de pura for?a bruta, ele conseguiu acertar Yuki, que foi arremessado para trás. A batalha estava ficando mais intensa, e os três amigos estavam despertando, um por um.

  Theo, agora com uma energia elétrica que se espalhava por todo o seu corpo, lan?ou um raio poderoso, quase imparável. A eletricidade era mais forte e mais controlada, mais precisa. E finalmente, Luna, sentindo o poder crescendo dentro de si, ergueu as m?os e formou uma esfera de for?a que lan?ou contra Yuki.

  Por um momento, parecia que Yuki estava em desvantagem, mas ele apenas sorriu, desviando das ofensivas e voltando a se aproximar com calma.

  — Impressionante. Agora sim vejo o potencial de vocês. — Yuki disse, ainda com um tom de respeito em sua voz. — Ainda n?o est?o prontos, mas já est?o mais perto.

  Ele ent?o parou e, em um suspiro, abaixou a guarda. Yuki observou os cinco amigos por um momento antes de falar novamente.

  — Eu sou Yuki. E eu sou um Saqueador. Eu soube que o potencial de vocês era grande desde o come?o, mas agora posso ver com meus próprios olhos. — ele disse com um leve sorriso. — Eu n?o quero derrotá-los. Quero treinar vocês. Prepará-los para o que está por vir. O que v?o fazer, agora que sabem que o mundo está à beira de ser destruído pelos seis Lordes?

  Os cinco ficaram em silêncio, processando tudo o que acabaram de viver. Leon e Isabelle trocaram olhares rápidos. Eles sabiam o que isso significava.

  — Você... quer que a gente os enfrente? — perguntou Luna, ainda com dificuldade para entender a magnitude da proposta de Yuki.

  Yuki assentiu com a cabe?a.

  — Sim. Mas para isso, precisam treinar. Eu posso ajudá-los a desenvolver suas habilidades. — Yuki respondeu. — Agora, a pergunta é: vocês querem realmente salvar o mundo?

  Davi, Theo e Luna olharam para seus amigos, ainda um pouco atordoados com os eventos, mas algo em seu interior dizia que aceitar a oferta de Yuki era a única chance que tinham.

  Leon foi o primeiro a responder.

  — Vamos fazer isso. Vamos lutar. — ele disse com firmeza. — O mundo precisa de nós.

  Isabelle olhou para Leon, seus olhos refletindo a mesma determina??o.

  — Estamos com você. — ela disse, e logo os outros acompanharam.

  Yuki sorriu. Ele sabia que essa era a resposta que esperava. Eles estavam prontos para o que estava por vir.

  Com isso, os amigos agora estavam oficialmente sendo introduzidos ao treinamento e à verdadeira luta que os aguardava. Yuki, embora misterioso, se mostrou um aliado necessário para que pudessem enfrentar os temíveis seis Lordes. O destino do mundo agora estava em suas m?os.

  Ato II - O Início do Treinamento

  Após a batalha tensa com Yuki, os amigos retornaram à rotina do dia a dia, como se nada de extraordinário tivesse acontecido. A escola continuava a ser o maior foco, apesar de tudo o que estavam prestes a enfrentar. Afinal, ninguém imaginava que logo se envolveriam em um conflito t?o grande e perigoso. Leon, Isabelle, Theo, Luna, e Davi tentavam, ao máximo, levar uma vida normal, mas havia sempre uma sombra de dúvida e ansiedade pairando sobre eles.

  No come?o da manh?, Leon estava sentado na sala de aula, tentando se concentrar nas explica??es do professor de História, mas sua mente vagava. Ele olhava pela janela, pensativo, se perguntando quanto tempo ele e seus amigos teriam até que tudo fosse colocado à prova novamente. As palavras de Yuki ecoavam em sua mente: "Se preparem. Vocês têm mais do que imaginam dentro de si." Ele sabia que seu treino come?aria em breve, mas também sabia que o equilíbrio entre vida escolar e treinamento seria difícil de manter.

  Isabelle estava ao seu lado, também distraída. Ela sabia que, em algum ponto, seus poderes seriam mais do que um fardo a ser carregado. Era difícil para ela aceitar a ideia de ser uma heroína, mas a crescente liga??o com Leon a fazia sentir que havia algo maior que a esperava.

  — Ei, Leon. — Isabelle sussurrou baixinho enquanto o professor falava sobre a Revolu??o Francesa. — O que você acha que vamos aprender com o Yuki?

  Leon olhou para ela, pensando por um momento antes de responder.

  — Acho que vai ser mais difícil do que imaginamos. Yuki parece saber exatamente o que estamos passando... Mas eu ainda n?o sei exatamente o que ele espera de nós. Tudo parece t?o... grande.

  A conversa foi interrompida por um grito distante de um dos alunos, que estava brincando na parte de trás da sala. Luna e Davi, que se sentavam mais ao fundo, estavam rindo da brincadeira e, por um instante, o peso da responsabilidade de tudo o que estava acontecendo no mundo de Leon parecia desaparecer.

  — Temos uma prova na próxima semana, Leon, n?o se esque?a! — Theo gritou de longe, piscando para ele.

  Leon sorriu fraco. Mesmo com tudo acontecendo, havia algo de reconfortante na rotina. As provas, os testes e os trabalhos em grupo eram uma distra??o bem-vinda para ele, permitindo-lhe escapar um pouco do peso da realidade que ele sabia estar se aproximando.

  O intervalo chegou logo em seguida, e o grupo se reuniu como sempre fazia. Sentaram-se em sua mesa habitual, no fundo da cantina, discutindo de tudo, desde o último episódio de uma série até a próxima luta contra os Seis Lordes. Mas havia algo mais sério pairando entre eles, algo que ninguém queria falar, mas todos sabiam que estava ali.

  — Vocês acham que vamos ser bons nisso? — perguntou Davi, quebrando o silêncio. Ele estava visivelmente tenso, o que n?o passava despercebido.

  Luna suspirou, batendo na mesa.

  — Eu só quero saber se vamos sair vivos disso. Quero ajudar, mas n?o sei se estou pronta.

  Theo, sempre mais impulsivo, respondeu com uma leve risada nervosa.

  — Eu só espero que, quando a hora chegar, a gente já saiba o que fazer. N?o adianta ficar pensando em tudo agora. Vamos aprender à medida que enfrentamos.

  Isabelle ficou quieta por um momento, olhando para Leon. Ela sabia que ele estava absorvendo tudo com mais seriedade, mais foco. Ele nunca tinha sido o tipo de pessoa que se deixava abalar por quest?es externas, sempre com uma vis?o clara do que precisava fazer. E ela, de certa forma, sentia que precisava seguir o exemplo dele.

  — Eu confio em nós. Se estamos aqui, significa que temos algo a oferecer. — Isabelle sorriu para os outros, tentando trazer um pouco de calma para o grupo. Mas, por dentro, ela sentia que estava se preparando para algo muito maior do que qualquer um imaginava.

  Após o intervalo, as aulas seguiram com uma lentid?o agoniante, mas o grupo de amigos já tinha seus olhos no futuro. Quando a última aula terminou, Yuki estava esperando por eles na entrada da escola. Ele parecia tranquilo, quase como se estivesse esperando que o grupo tivesse tempo suficiente para refletir.

  — Prontos para come?ar? — Yuki perguntou com um sorriso.

  Leon assentiu. Ele sabia que aquele momento chegara, e ele n?o poderia mais adiar.

  O Treinamento Come?a

  Yuki os conduziu até um local que, à primeira vista, parecia comum. Um escritório simples e apertado, com uma mesa e algumas cadeiras. Mas, antes que qualquer um pudesse comentar sobre a aparência do lugar, Yuki fez um gesto com a m?o, e a transforma??o come?ou. O escritório se expandiu de maneira surreal, revelando uma sala gigantesca e imaculada, com paredes infinitas e luzes frias.

  — Aqui será o nosso campo de treinamento. — Yuki disse, com uma calma quase sobrenatural. — Preparem-se para come?ar. O verdadeiro treino vai come?ar agora.

  Leon, Isabelle, Theo, Luna, e Davi trocaram olhares rápidos. Eles estavam prontos, mas todos sabiam que aquilo seria muito mais desafiador do que qualquer coisa que já tivessem enfrentado.

  A sala branca e infinita estava em completo silêncio, exceto pelos sons de respira??o pesada e o som do movimento dos corpos. O treino estava apenas come?ando, e cada um deles sabia que teriam que aprender rapidamente, pois o tempo era um fator crítico.

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  Primeiro Round - Theo

  Theo foi o primeiro a se aproximar de Yuki, sua postura estava nervosa, mas sua determina??o era evidente. Seus músculos tremiam um pouco enquanto ele se preparava para liberar sua energia. Ele sabia que n?o podia fracassar.

  — Mostre-me o que você consegue fazer, Theo. — disse Yuki, com um olhar avaliador, mas sem pressa.

  Theo fechou os olhos e se concentrou, sentindo a energia come?ando a pulsar dentro de seu corpo. Quando ele abriu os olhos, eles estavam brilhando com uma luz dourada. Ele avan?ou, tentando canalizar sua energia através dos punhos.

  Yuki, por outro lado, parecia calmo e imperturbável. Theo partiu em sua dire??o com uma velocidade surpreendente, seus punhos iluminados prontos para golpear.

  Mas Yuki se moveu com rapidez, desviando para a esquerda e, com um movimento rápido, acertou Theo na lateral do corpo, jogando-o para o ch?o.

  Theo se levantou rapidamente, respirando pesadamente, mas agora mais determinado. Ele entendeu o recado. Ele n?o estava lidando com um simples adversário; ele precisava evoluir.

  — Você tem velocidade e for?a, Theo. Mas falta foco. Tente canalizar essa energia em algo mais preciso. — Yuki falou, observando-o com aten??o.

  Theo sentiu a raiva come?ar a crescer dentro dele. Ele se preparou para atacar de novo, mas dessa vez n?o foi com pressa. Ele respirou fundo, se concentrando em sua energia interna e visualizando a forma em que ela deveria fluir.

  Ele lan?ou um ataque com mais precis?o, um feixe de luz dourada, mas Yuki desvia de novo, se aproximando e desfere outro golpe rápido, jogando Theo para trás novamente.

  — Sua velocidade é sua maior arma, Theo, mas você precisa controlá-la. Você está apenas arranhando a superfície. — Yuki disse, sem agressividade, mas com uma firmeza clara.

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  Segundo Round - Luna

  Após o combate de Theo, foi a vez de Luna avan?ar. Ela estava visivelmente nervosa, mas seu olhar era de pura concentra??o. Luna sempre fora boa em aprender por intui??o, mas ela sabia que naquele lugar, teria que se esfor?ar mais do que o normal.

  — Agora é a sua vez, Luna. Vamos ver o que você tem. — Yuki disse, com um sorriso enigmático.

  Luna respirou fundo e fechou os olhos por um momento. Quando os abriu, uma energia pulsante envolveu seus bra?os, criando um campo de for?a ao redor dela. Ela estendeu a m?o e tentou criar uma barreira para se proteger de qualquer ataque.

  Yuki n?o perdeu tempo e atacou rapidamente, lan?ando um soco diretamente para a dire??o de Luna. Ela tentou usar a barreira de energia, mas n?o foi rápida o suficiente. O golpe de Yuki atravessou a defesa e a acertou no ombro, fazendo-a cambalear para trás.

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  — Isso foi bom, Luna. Sua energia é fluida, mas você precisa antecipar o movimento do adversário, n?o apenas se defender. — Yuki disse, ainda com calma.

  Luna se levantou, o ombro ardendo pela dor do golpe, mas a determina??o a fez continuar. Ela sentiu a energia dentro de si crescer, mas dessa vez, ao invés de se proteger, ela a liberou em um fluxo de onda, criando uma explos?o de energia ao seu redor.

  Yuki desviou facilmente, mas dessa vez, a intensidade da onda o fez recuar um pouco.

  — Agora estamos falando, Luna! — Yuki sorriu, reconhecendo o esfor?o dela. — Você está come?ando a entender. Seu poder pode ser muito mais destrutivo, mas tenha cuidado para n?o se perder no processo. Controle sempre.

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  Terceiro Round - Davi

  Por fim, Davi avan?ou. Ele estava quieto, mais introspectivo do que os outros, mas seu corpo tremia com a tens?o. Ele estava ainda mais desconfortável com os seus poderes, e a ideia de usá-los contra Yuki era algo que o assustava.

  — Davi, mostre-me o que você tem. N?o se preocupe com o fracasso, apenas tente. — Yuki disse, com um tom de paciência.

  Davi tentou se concentrar. Ele n?o estava certo do que estava fazendo, mas sentiu a energia come?ar a se formar em torno de seus pés. O ch?o sob ele come?ou a rachar com a for?a crescente.

  De repente, ele explodiu em movimento, tentando liberar a energia com um salto rápido. No entanto, o poder era descontrolado, e ele acabou criando uma grande explos?o no ar, que fez a sala vibrar.

  Yuki desviou-se rapidamente, n?o fazendo nenhum esfor?o para bloquear ou contra-atacar, apenas observando. Davi caiu no ch?o, mas se levantou rapidamente, determinado.

  — Davi, seu poder é bruto e imprevisível, mas você pode moldá-lo. Quando você perder o medo e entender como direcioná-lo, vai ser uma for?a formidável. — Yuki disse, com um sorriso gentil. — Agora, tente focar em algo mais específico, sem deixar sua energia se espalhar por todo lado.

  Davi se concentrou novamente, e dessa vez, ao invés de uma explos?o caótica, ele fez a energia formar uma linha reta em dire??o a Yuki, mas, novamente, o controle estava longe de ser perfeito, e Yuki desviou facilmente.

  — Ainda precisa melhorar, Davi. Mas n?o desista. Seu potencial é enorme. — Yuki concluiu, dando-lhe um incentivo que ele ainda precisava ouvir.

  Após os treinos de Theo, Luna, e Davi, era hora de Leon e Isabelle tomarem a frente. Ambos estavam ansiosos, mas também cientes de que o treino n?o seria fácil. Yuki já os havia observado com aten??o e sabia que o desafio deles seria diferente. Eles estavam em um nível diferente dos outros, mas o que realmente importava ali era o controle.Leon estava em pé no centro da sala branca, os músculos tensos, os punhos cerrados. Ele sentia a energia pulsando dentro de si, um poder incomensurável, mas ainda n?o completamente dominado. Ele já havia experimentado a sensa??o de se mover mais rápido do que o comum, mas sentia que precisava mais. Precisava de algo mais forte, algo que fosse capaz de derrubar qualquer inimigo.

  Yuki observou em silêncio, com os bra?os cruzados, e deu um passo à frente.

  — Leon, você tem o poder, mas ainda falta controle. Vamos ver até onde você pode ir. — disse, seu tom calmo contrastando com a intensidade da situa??o.

  Leon respirou fundo e avan?ou, sem hesitar. Seus músculos estavam prontos para explodir em velocidade, e ele focou toda a sua energia na dire??o de Yuki. Seu objetivo era claro: derrotá-lo.

  Yuki, com a calma de quem já havia lidado com muito mais, se preparou. Quando Leon partiu para o ataque, seu movimento foi rápido demais para qualquer ser humano comum. No entanto, Yuki conseguiu desviar com facilidade, apenas um passo de distancia, e ent?o fez um movimento rápido com a m?o, acertando Leon no est?mago e jogando-o para trás.

  Leon caiu no ch?o, mas imediatamente se levantou, a raiva e a determina??o brilhando em seus olhos. Ele n?o ia cair t?o facilmente. Ele sabia que precisava treinar seu controle, sua for?a e, acima de tudo, sua resistência.

  — Essa raiva n?o vai te levar a lugar nenhum, Leon. Controle a sua energia. Use-a de forma inteligente. — Yuki disse, com um tom de ensino.

  Leon se concentrou, sentindo seu corpo relaxar. Ele n?o precisava de mais for?a bruta. Ele precisava canalizar o poder com mais precis?o. Seus músculos come?aram a brilhar levemente com uma aura azulada, e ele voltou a atacar.

  Agora, com um controle mais refinado, Leon acertou um golpe rápido em dire??o ao rosto de Yuki. Mas, novamente, Yuki se esquivou com facilidade, movendo-se para o lado e aproveitando o erro de Leon. No entanto, antes de Yuki reagir, Leon se moveu mais rápido, tentando uma combina??o de socos com mais fluidez.

  — Isso. Agora você está come?ando a entender. Mas ainda falta. Continue. — Yuki disse, sorrindo levemente.

  Leon continuou o treinamento por mais alguns minutos, concentrando-se em cada movimento, aprendendo a canalizar a energia com mais precis?o e focando mais na técnica do que na for?a pura. Ele sabia que, no final das contas, o controle era tudo.

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  Isabelle: O Poder da Adaptabilidade

  Quando foi a vez de Isabelle, ela já estava com um olhar focado. Ao contrário de Leon, ela n?o precisava de pura for?a. Seu poder vinha de sua capacidade de se adaptar e usar a situa??o a seu favor. Ela n?o queria atacar com for?a bruta, mas com inteligência e rapidez. Sabia que seu poder de manipula??o da luz e energia era único e precisava ser usado com precis?o.

  Yuki, observando sua postura, percebeu sua estratégia.

  — Isabelle, seu poder é de adapta??o. Vamos ver como você lida com isso. — Yuki disse, com a voz séria, mas com um brilho de respeito nos olhos.

  Isabelle n?o hesitou. Ela fechou os olhos por um momento, concentrando-se em sua energia. Uma leve aura dourada come?ou a surgir ao redor dela, suas m?os come?ando a brilhar com um poder suave, mas crescente.

  Ela disparou em dire??o a Yuki rapidamente, usando sua velocidade, mas sem deixar a for?a dominar. Ao invés de um golpe direto, ela usou a energia para criar uma barreira de luz ao seu redor, tentando prender Yuki em um campo de for?a. Ela sabia que, se conseguisse acertar, seria uma vantagem para ela.

  Yuki desviou com um sorriso.

  — Boa tentativa, Isabelle. Mas você precisa deixar a energia fluir. N?o se force a segurar tudo ao mesmo tempo. Libere-a. — disse Yuki, se aproximando e se preparando para o próximo movimento.

  Isabelle sentiu as palavras de Yuki ecoando em sua mente. Ela precisava deixar a energia fluir sem restri??es, sem hesita??o. Ela tentou de novo, mas desta vez, ao invés de um campo de for?a, ela liberou uma onda de energia concentrada, uma explos?o de luz que se espalhou como um feixe.

  Yuki foi pego de surpresa pela for?a do ataque, sendo empurrado alguns metros para trás. A luz da explos?o iluminou toda a sala. N?o era o suficiente para derrotá-lo, mas era um sinal claro de que Isabelle estava dominando sua habilidade.

  — Excelente. Agora você come?ou a entender o conceito de liberar a energia sem restri??es. Mas, como Leon, você ainda precisa de mais controle. N?o se prenda. Solte. — Yuki sorriu, reconhecendo o progresso.

  Depois de mais algumas tentativas, todos, incluindo Leon e Isabelle, se retiraram para descansar. O treinamento tinha sido intenso, e a sensa??o de cansa?o era pesada, mas todos estavam come?ando a entender o que Yuki queria dizer.

  Eles n?o estavam mais apenas lutando para vencer; estavam aprendendo a controlar e a usar os poderes que haviam despertado. Cada um deles tinha suas próprias habilidades únicas, mas ainda estavam longe de dominar tudo o que podiam fazer.

  Yuki os olhou, sério, mas com um olhar de aprova??o.

  — Bem feito, todos. Isso foi apenas o come?o. Agora, o que resta é continuar. O mundo ainda está à mercê dos Seis Lordes, e a única maneira de salvá-lo é nos tornarmos mais fortes. E vamos continuar até conseguirmos.

  Agora, mais do que nunca, eles estavam prontos para o que estava por vir. O mundo precisava deles, e o treinamento n?o ia parar por ali. Eles estavam apenas come?ando.

  Ato III: A Outra Frente de Batalha

  A manh? seguinte chegou com o céu nublado e um clima estranho no ar. Após um treino intenso, o grupo teve a chance de dormir nas instala??es dos Saqueadores, e pela primeira vez em muito tempo, dormiram com a cabe?a cheia, mas o cora??o um pouco mais leve.

  No corredor principal do prédio, onde tudo era branco, liso e aparentemente sem fim, Yuki os reuniu. Vestia seu uniforme preto com detalhes azul-escuros, e dessa vez, parecia mais formal.

  — Antes de come?armos o próximo nível de treino, vocês precisam conhecer quem está lutando ao nosso lado. N?o somos os únicos. — Ele se virou e come?ou a caminhar.

  Os cinco se entreolharam e seguiram sem questionar. Os corredores ficaram mais escuros conforme desciam um nível. Finalmente, chegaram a uma sala imensa, de teto alto e paredes metálicas. Dentro dela, estavam mais sete figuras, cada uma com uma aparência distinta, treinando ou observando com aten??o.

  Yuki ficou ao lado deles e apontou.

  — Esses s?o os outros membros dos Saqueadores. Eles s?o experientes, mas também est?o em constante evolu??o. Conhe?am seus aliados.

  Ele come?ou a apresentar um por um.

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  1. Kyra "Tempest"

  Uma mulher de cabelos curtos prateados e olhos azul-claros. Tinha uma presen?a firme, quase militar.

  — Kyra é especialista em manipula??o atmosférica. Pode controlar o vento, tempestades e usar trov?es como armas. Inteligente, rápida, e extremamente estratégica.

  Ela assentiu com respeito para o grupo, mas n?o sorriu.

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  2. Axel "Rastro"

  Um jovem de express?o séria, cabelos vermelhos e uma aura sempre vibrando ao redor.

  — Axel domina a cinética. Ele manipula energia de movimento — velocidade, impacto e até pode canalizar isso em ataques concentrados.

  — “Se algum de vocês quiser correr... talvez consiga me acompanhar daqui a um ano”, disse ele, meio rindo.

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  3. Zeke "Cicatriz"

  Um cara grande, barba por fazer, cheio de marcas de batalha no corpo. Sua presen?a era intimidadora.

  — Zeke possui regenera??o avan?ada e uma for?a absurda. é o tanque da equipe. Mas n?o confundam tamanho com falta de inteligência. Ele é quem mais pensa antes de agir.

  Zeke deu um leve aceno para Leon, como se reconhecesse nele alguém com potencial semelhante.

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  4. June "Mirage"

  Ela parecia calma, quase invisível aos olhos. Vestia-se com roupas cinzentas.

  — June manipula ilus?es e percep??o. Pode enganar sentidos, criar clones ilusórios, ou até esconder áreas inteiras. Uma mente afiada, e uma habilidade que já salvou muitos de nós.

  Isabelle olhou com curiosidade. Havia uma semelhan?a na forma que ambas confiavam mais no controle do que na for?a.

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  5. Haru "Fúria"

  Um garoto mais jovem, talvez apenas um ou dois anos mais velho que eles, mas com olhos flamejantes.

  — Haru canaliza sua fúria emocional em poder bruto. Cada emo??o amplifica uma forma de ataque: raiva gera fogo, tristeza se transforma em gelo, euforia em eletricidade.

  — “N?o se aproximem quando eu estiver irritado”, brincou, com um meio sorriso.

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  6. Lian "Eco"

  Uma mulher de aparência calma, cabelos presos em um coque, olhos escuros e profundos.

  — Lian é a estrategista. Ela possui habilidades auditivas extremas e manipula frequências sonoras — criando ataques por vibra??o, explos?es sonoras ou silêncio absoluto. é também quem guia muitas das miss?es.

  ---

  7. Nero "Grav"

  Um homem mais velho, cerca de trinta anos, pele escura, bra?os cruzados e semblante severo.

  — Ele manipula a gravidade. Pode tornar o corpo de alguém dez vezes mais leve… ou esmagá-lo no ch?o com o dobro do peso da Terra. é o segundo líder dos Saqueadores.

  Ele n?o falou nada. Apenas observava, avaliando os cinco.

  ---

  Yuki virou-se para o grupo.

  — Eles s?o a linha de frente contra os Lordes. E acreditem, se estamos aqui hoje, é porque eles têm segurado esse mundo com as próprias m?os. Mas os Lordes est?o crescendo. Evoluindo. Por isso, vocês foram escolhidos.

  Leon encarava Zeke. Isabelle, curiosa com June. Theo, intrigado com Axel. Luna sorria vendo Haru, alguém que parecia também lutar com as próprias emo??es. Davi observava tudo em silêncio, como sempre, mas por dentro, seu cora??o batia como um tambor de guerra.

  Yuki terminou:

  — A partir de agora, vocês v?o treinar juntos, observar, aprender e se preparar. Porque a guerra contra os Seis Lordes está apenas come?ando.

  A tens?o no ar era quase palpável. Depois da apresenta??o, os cinco jovens ainda estavam absorvendo tudo aquilo. Leon deu um passo à frente, cruzando os bra?os.

  Leon:

  — Ent?o… vocês s?o tipo, os Vingadores dessa realidade?

  Zeke (com um leve sorriso):

  — Hm… mais como uma mistura dos X-Men com trauma de guerra.

  Luna (rindo):

  — Ah, ótimo. E a gente é o quê? Os estagiários?

  Axel:

  — Se forem, espero que aguentem press?o. Porque aqui, ou você aprende, ou vira cinza.

  Davi:

  — Que animador…

  Isabelle (olhando pra June):

  — Ilus?es, né? Você consegue fazer o quê exatamente?

  June (calma, mas direta):

  — Posso fazer você ver sua casa pegando fogo… e acreditar que está lá dentro. Mas prefiro usar isso pra enganar o inimigo, n?o aliados.

  Isabelle (um pouco surpresa, mas sem desviar o olhar):

  — Bom saber.

  Theo (encarando Haru):

  — E você... seus poderes mudam conforme o humor?

  Haru (sorrindo de leve):

  — é. Quanto mais ferrado emocionalmente eu t?, mais forte eu fico. Meio ir?nico, né?

  Theo:

  — Mano… eu mal sei lidar com matemática. Imagina com raiva explosiva.

  Kyra (interrompendo com voz firme):

  — N?o subestimem o que enfrentaremos. Os Lordes n?o s?o supervil?es de HQ. Eles s?o monstros com objetivo real: controle absoluto. E vocês ainda s?o verdes demais pra encarar isso.

  Leon (olhando nos olhos dela):

  — A gente pode ser novo, mas n?o estamos aqui pra brincar.

  Zeke (ainda observando Leon):

  — Você tem espírito. Mas espírito sem preparo só serve pra virar estatística.

  Lian:

  — Vocês têm tempo. E nós temos métodos. Treinem com a mente aberta. Aprendam. Talvez sobrevivam.

  Isabelle (fria, mas segura):

  — Talvez n?o seja só a gente que tenha algo a aprender aqui.

  Um silêncio leve caiu. Alguns dos Saqueadores trocaram olhares. Até Nero, o mais fechado, arqueou levemente uma sobrancelha.

  Yuki (entrando na roda com um sorriso discreto):

  — Bom… pelo menos já temos faísca pra come?ar o fogo. Treino conjunto come?a amanh?. Descanso hoje. Cada um vai precisar.

  Leon (virando pros amigos):

  — T? dentro. Bora mostrar que a gente tá aqui pra fazer história.

  Davi:

  — Ou morrer tentando, né?

  Luna (sorrindo):

  — é... mas se for com vocês, acho que vale a pena.

  Theo:

  — Eu só quero sobreviver à próxima segunda. Mas vambora.

  Ato IV: Quebrar para Moldar

  O dia seguinte chegou com um céu nublado e uma estranha calma no ar. No interior da base secreta dos Saqueadores, o grupo estava de pé, alinhado, enquanto Yuki caminhava lentamente à frente deles, com as m?os cruzadas nas costas.

  Yuki:

  — Hoje vocês n?o v?o lutar juntos. V?o sangrar sozinhos. Treinar sozinho, sem distra??es. Com alguém que vai arrancar tudo o que vocês acham que sabem sobre si mesmos.

  Ele parou de andar e olhou para Leon.

  Yuki:

  — Leon. Vai com o Zeke. For?a contra for?a. E sem pegar leve.

  Zeke estalou o pesco?o e fez um leve aceno com a cabe?a. Leon respirou fundo e o seguiu até uma das salas de treino.

  Yuki:

  — Isabelle, você vai com June. Criatividade, foco, controle. Boa sorte, porque ela vai te quebrar por dentro antes de te ensinar algo.

  Yuki (virando-se para os demais):

  — Davi, você vai com Lian. Vocês dois s?o imprevisíveis. Ent?o talvez se entendam.

  — Theo, com Haru. Fúria contida. Seu poder depende disso.

  — Luna, com Kyra. Vocês têm a mesma linha: controle e estratégia. Aproveita e aprende.

  Os cinco partiram, cada um com um guerreiro veterano. E foi aí que a verdadeira batalha come?ou.

  ---

  Leon vs Zeke – Brutalidade Bruta

  A sala de treino era ampla, com o ch?o refor?ado. Zeke já estava de luvas, e Leon suando só de pensar.

  Zeke:

  — Ataca primeiro. Sem aviso.

  Leon n?o pensou duas vezes. Partiu pra cima com um direto no queixo de Zeke — que nem se mexeu. Zeke segurou o bra?o de Leon no ar e o arremessou com tanta for?a que ele voou contra a parede, rachando o concreto.

  Zeke (se aproximando):

  — Se você só depende de for?a bruta, vai morrer rápido. Mostra o que tem.

  Leon se levantou tossindo sangue, limpou a boca e sorriu.

  Leon:

  — Tá bom. Agora é sério.

  Os dois se chocaram como tit?s. O som dos socos fazia eco. Leon foi jogado contra o ch?o, mas se ergueu com os olhos brilhando — a escurid?o come?ando a se manifestar em suas m?os.

  Zeke (sorrindo):

  — Agora sim. Bem-vindo ao treinamento real.

  ---

  Isabelle vs June – Mentiras e Realidade

  A sala de Isabelle era… estranha. Uma mistura de floresta, campo de batalha e quarto de infancia. June já estava esperando, bra?os cruzados.

  June:

  — Nada do que você vê aqui é real. Mas a dor… é.

  Isabelle se concentrou. Come?ou a moldar pequenas estruturas de energia — escudos, laminas, esferas — até que de repente tudo ao seu redor mudou. Ela estava sozinha, sangrando, presa num quarto pegando fogo.

  Isabelle (gritando):

  — Eu sei que n?o é real! Mas dói como se fosse!

  June (a voz surgindo de todos os lados):

  — E mesmo assim você continua. Isso é o come?o.

  ---

  Theo vs Haru – Raiva Contida

  Haru:

  — Me acerta. Mas pensa em algo que te deixa furioso.

  Theo hesitou.

  Haru:

  — Vamos. Quero ver raiva.

  Theo lembrou das humilha??es na escola, da impotência de n?o poder ajudar os amigos. Seus olhos come?aram a brilhar. Quando socou Haru, uma onda de energia vermelha explodiu.

  Haru (caindo no ch?o, rindo):

  — Agora sim. Vai ser divertido treinar você.

  ---

  Davi vs Lian – Caos com Caos

  Davi estava girando, desviando e rindo — até Lian aparecer com um soco invisível, o jogando no teto.

  Lian:

  — Seu poder é instável. Mas tem potencial. Quer controlar? Pare de tentar controlar.

  Davi caiu no ch?o e come?ou a rir.

  Davi:

  — Isso nem faz sentido, mas beleza!

  E ent?o... ativou pela primeira vez uma espécie de distor??o gravitacional em volta do corpo. Lian deu um sorriso torto.

  ---

  Luna vs Kyra – Silêncio e Tática

  Kyra:

  — Você é a única que n?o depende de for?a bruta. Use isso. Pense.

  Luna se escondeu nas sombras. Criou pequenas laminas psíquicas, moldou um campo de ilus?o, enganou Kyra por segundos.

  Kyra:

  — Nada mal, princesa. Mas se quiser vencer, vai ter que ser cruel também.

  No fim do dia, todos estavam exaustos. Cortes, hematomas, sangue escorrendo — mas vivos.

  Leon caiu de costas na sala principal.

  Leon:

  — Isso foi… insano.

  Isabelle (encostando ao lado dele):

  — Mas acho que agora eu entendo... o que significa ser mais do que humano.

  Theo (com o olho roxo):

  — Amanh? tem mais?

  Yuki (surgindo com um leve sorriso):

  — Se tiverem sorte, sim. E se sobreviverem... quem sabe salvem o mundo.

  Capítulo 3 – Ato I: O Som da Morte

  Shopping Imperial – 18:12

  Era pra ser um dia tranquilo. Depois de treinos insanos e ossos quase quebrados, os cinco novos recrutas dos Saqueadores estavam sentados na pra?a de alimenta??o do shopping. Leon devorava um lanche enorme. Davi e Theo discutiam sobre quem venceria em uma luta entre eles dois. Isabelle observava tudo com um leve sorriso. Luna mexia no celular.

  Zeke, Yuki, June, Lian, Haru e Kyra estavam espalhados por mesas próximas, rindo, tentando parecer "normais". Por um momento, o mundo parecia em paz.

  Davi:

  — Cês sabiam que o Haru quase chorou quando o Theo usou aquele golpe na cara dele? Quase!

  Haru (do fundo):

  — Eu escutei isso, pirralho.

  Todos riram. Era aquele tipo de riso que você só solta quando se sente seguro.

  Até que uma das lojas ao lado da pra?a explodiu.

  O vidro foi arremessado com tanta for?a que atingiu pessoas nas mesas. Um pai perdeu a cabe?a na hora. Gritos tomaram o lugar do riso. Sangue jorrou como se fosse chuva.

  Leon imediatamente se levantou, com os olhos arregalados.

  Leon:

  — Fiquem atentos. Isso n?o é um acidente.

  Davi vomitou ali mesmo, com peda?os de carne humana atingindo o tênis dele. Isabelle correu e protegeu duas crian?as com um escudo de energia.

  Ent?o… ele apareceu.

  Do meio da fuma?a e dos destro?os, surgiu uma silhueta negra. A temperatura caiu. As luzes falharam. O tempo pareceu parar.

  Yuki (em choque):

  — ...n?o. N?o agora. N?o aqui.

  Lorde das Sombras.

  Vestia um manto feito de pura escurid?o. Seus olhos eram buracos de vazio, e a m?o... carregava o corpo ensanguentado de um seguran?a, que ainda tremia enquanto era esmagado como uma toalha molhada. O som dos ossos sendo triturados ecoou pela pra?a.

  Lorde das Sombras (voz baixa e cortante):

  — Humanos... patéticos.

  Ele estendeu o bra?o, e da sombra no ch?o saíram espinhos negros que perfuraram o peito de três civis correndo. Um deles era uma m?e — caiu de joelhos com o bebê ainda nos bra?os. O sangue jorrou como uma fonte.

  June:

  — ATAQUEM AGORA!

  Todos os Saqueadores pularam ao mesmo tempo. Kyra lan?ou projéteis psíquicos, Haru explodiu o ch?o com energia. Leon voou com toda a for?a direto no inimigo, o punho envolto em escurid?o. Mas…

  Ele parou no ar.

  O Lorde das Sombras nem se mexeu. A sombra prendeu Leon pelo pesco?o e o jogou no ch?o com tanta for?a que rachou o piso do shopping inteiro. Uma viga caiu em cima de Luna, e ela gritou. Lian tentou protegê-la, mas teve o bra?o arrancado no meio do caminho.

  Lorde das Sombras:

  — Vocês acham… que s?o especiais?

  Zeke entrou em modo brutal. Golpeou com tudo. Cada soco causava um impacto como uma bomba. Mas o Lorde era… imparável. Haru foi partido ao meio. De verdade. A camera de seguran?a girou e registrou tudo: o tronco e as pernas separadas, enquanto o cora??o de Haru ainda pulsava no peito cortado.

  Davi tentou proteger Theo, mas levou uma lamina negra direto no ombro. Gritou de dor, tentou se levantar, mas escorregou no sangue de um civil morto. June foi atingida por uma lan?a sombria que atravessou seu olho e saiu pela nuca.

  Kyra caiu de joelhos. Morta.

  A pra?a era um campo de guerra. Gente mutilada, gritos, fuma?a, carne. Luna tentou criar uma ilus?o pra fugir com Theo, mas a sombra a puxou pelo tornozelo e esmagou seu rosto no ch?o com for?a. O sangue dela respingou em Theo, que só ficou ali, paralisado.

  Isabelle conseguiu proteger algumas crian?as usando tudo o que tinha. Ela criou um domo de energia, mas estava desmoronando. Ela chorava enquanto segurava as m?os trêmulas.

  Leon (tentando se levantar):

  — Eu… n?o vou deixar...

  Yuki apareceu ao lado dele e segurou sua camisa.

  Yuki:

  — Agora n?o. Você vai morrer se for de novo. A gente precisa de estratégia… n?o suicídio.

  Zeke se arrastou, com a boca cheia de sangue e um corte imenso no abd?men. Ele olhou pra Leon, sério.

  Zeke:

  — Ele... n?o é o mais forte. E mesmo assim... olha isso...

  Yuki:

  — Isso é só o come?o. é assim que a guerra realmente come?a.

  O Lorde das Sombras olhou pros três ainda de pé.

  E sorriu.

  Ato II: Quando a Luz Some

  A pra?a de alimenta??o parecia um campo de extermínio. Os gritos haviam se tornado gemidos distantes, e o som do fogo queimando carne humana agora era o único fundo sonoro.

  Leon estava de joelhos, com o rosto coberto de sangue — parte dele, parte dos outros.

  Yuki tentou avan?ar, mas uma rajada de sombra o atingiu no peito, o lan?ando contra a parede de uma loja de eletr?nicos. A parede inteira rachou, e Yuki caiu inconsciente, cuspindo sangue.

  Zeke correu, gritando o nome de Leon, mas foi surpreendido por uma lan?a negra que atravessou sua coxa. Ele tentou continuar, mancando, até que o Lorde das Sombras girou a m?o e o arremessou longe como uma boneca de pano, quebrando vidros e colunas até sumir de vista.

  Agora…

  só restava Leon.

  E ele n?o conseguia se mover.

  O corpo quebrado, o sangue escorrendo da boca, do nariz, dos olhos. Costelas fraturadas, bra?o deslocado. Cada tentativa de respirar era uma batalha.

  O Lorde caminhava até ele com calma. Sem pressa.

  Como um ca?ador diante da presa já rendida.

  Lorde das Sombras:

  — Você. Frágil.

  (pisa no peito de Leon com for?a)

  — Chamam isso de resistência?

  Leon gritou. O som da dor foi como o de um animal sendo abatido. O pé do Lorde esmagava seu esterno. O sangue subia pela garganta.

  Imagens passaram pela mente dele.

  Isabelle, ensanguentada, protegendo as crian?as.

  Davi, no ch?o, respirando com dificuldade.

  Luna, desacordada em uma po?a vermelha.

  Theo, deitado com o bra?o torto, em choque.

  Yuki e Zeke, apagados, tentando salvá-lo.

  Todos os civis… mortos.

  Todos, por culpa da fraqueza dele.

  Leon (sussurrando com dor):

  — Eu… n?o vou… deixar… você…

  (um fio de sangue escapa da boca)

  — matar mais ninguém.

  Foi aí que aconteceu.

  O ch?o tremeu.

  As luzes estouraram.

  O ar ficou pesado.

  A sombra do Lorde… recuou.

  Dos olhos de Leon, escorreu algo preto, como tinta viva. Do centro do peito, um brilho púrpura se acendeu, espalhando uma névoa escura ao redor do corpo dele. A dor… sumiu. Os ossos come?aram a se regenerar. O bra?o deslocado voltou ao lugar com um estalo grotesco.

  Leon se levantou.

  N?o mais cambaleante. N?o mais gritando de dor.

  Ele estava calmo, mas os olhos…

  Eram puro ódio. Pura escurid?o viva.

  A sombra dele se alongou no ch?o. Tomou forma. Garras. Laminas. Tentáculos.

  Lorde das Sombras deu um passo pra trás.

  Leon (voz baixa, distorcida):

  — Agora é minha vez.

  BOOM!

  Leon se moveu com tanta velocidade que o ch?o explodiu. Um soco acertou o rosto do Lorde, o fazendo voar por metros. No ar, Leon surgiu atrás dele e o arremessou de volta com os tentáculos da sombra. O Lorde bateu contra o teto do shopping e caiu direto no ch?o, afundando em escombros.

  Leon n?o parou.

  Golpe após golpe, cada um com for?a absurda.

  O sangue negro do Lorde das Sombras jorrava como óleo fervente.

  A mandíbula do Lorde foi deslocada, o bra?o esquerdo quebrado em três lugares. A sombra tentou proteger, mas a escurid?o de Leon devorava a dele. Era um monstro no controle. Cada porrada vinha acompanhada de um grito primal. Um rugido de alma. Um instinto de proteger.

  Lorde das Sombras (gemendo):

  — Isso… n?o deveria… ser possível...

  Leon agarrou o pesco?o dele, olhos brilhando.

  Mas hesitou.

  Por um segundo, ouviu a voz de Isabelle…

  "Você é mais do que só ódio."

  Leon soltou. O Lorde caiu no ch?o, tossindo sombras e sangue.

  Leon:

  — Volta pro buraco de onde saiu…

  — Da próxima vez, eu acabo com você.

  O Lorde das Sombras olhou pra ele, surpreso, ferido, pela primeira vez com medo real. Com um movimento de sombra, ele sumiu, recuando de volta pro seu universo.

  A luta acabou.

  Mas o massacre n?o.

  Leon caiu de joelhos. Olhou ao redor.

  Corpos. Membros espalhados. Sangue nas paredes, no teto, escorrendo pelas escadas rolantes.

  Mas ainda tinha vida.

  Leon correu. Um por um.

  — Puxou Luna dos destro?os, costelas quebradas, mas viva.

  — Tirou Theo do meio dos escombros, desacordado, mas respirando.

  — Carregou Davi nas costas, sangrando, porém estável.

  — Achou Isabelle presa embaixo de uma viga. A levantou com puro desespero e levou nos bra?os.

  — Encontrou Yuki desacordado, e Zeke arrastando o corpo com a perna quebrada.

  Com os bra?os tremendo e a sombra ainda ativa, Leon abriu um portal, como Yuki havia mostrado dias antes, e levou todos pra sede dos Saqueadores.

  A sala médica era branca, fria, mas silenciosa.

  Enquanto os médicos corriam, tratando os corpos com pressa, Leon caiu no ch?o, exausto, coberto de sangue. A escurid?o apagou…

  E ele também...

  Ato III: Os Que Ainda Est?o Aqui

  O bipe do monitor cardíaco era a única coisa que quebrava o silêncio na sala branca da enfermaria da base dos Saqueadores.

  Leon abriu os olhos devagar.

  A luz era forte. Tudo doía — mas diferente daquela dor de combate. Era mais profunda… uma dor que vinha do peito, da alma. Uma sensa??o de ter visto coisa demais em pouco tempo.

  Ele tentou se mover, mas mal conseguia levantar o bra?o. Olhou pro lado e viu Isabelle, deitada na cama ao lado. Estava conectada a tubos e sensores, mas respirava com calma. Ela ainda tava ali.

  Leon sorriu fraco. E chorou.

  Do outro lado do vidro da enfermaria, Zeke observava em silêncio. O bra?o engessado, o corpo enfaixado. Yuki, mais atrás, com uma muleta apoiada no canto da parede, falava com um dos médicos.

  Zeke:

  — Ele acordou.

  Yuki assentiu e entrou devagar. Quando Leon o viu, tentou se levantar de novo — mesmo sem for?as.

  Leon (com a voz fraca):

  — Eles… os outros…?

  Yuki:

  — Vivos. Todos. Por sua causa.

  Leon encostou a cabe?a no travesseiro, aliviado, mas com os olhos ainda pesados.

  Leon:

  — Eu... n?o consegui protegê-los.

  Yuki se aproximou e colocou a m?o no ombro dele.

  Yuki:

  — Você salvou todos. Mesmo quase morto. Mesmo quando ninguém mais podia lutar.

  — Isso... foi só o come?o, Leon.

  Silêncio.

  Leon olhou pra Isabelle, e depois pro teto.

  Leon:

  — Que porra foi aquilo dentro de mim?

  Yuki sorriu, mas foi um sorriso pesado.

  Yuki:

  — Aquilo foi o seu instinto. Seu verdadeiro poder.

  — E ele ainda tá só come?ando a acordar.

  ---

  Alguns dias se passaram.

  Todos se recuperavam. Lentos, doloridos, mas vivos.

  Luna, com um bra?o engessado, passou a maior parte do tempo deitada, ouvindo música e desenhando.

  Theo n?o falava muito, mas treinava silenciosamente na área de reabilita??o.

  Davi fazia piadas for?adas pra quebrar o clima, mesmo andando com muletas.

  Isabelle demorou mais pra se levantar. Mas quando o fez, foi com os olhos mais sérios que Leon já viu nela.

  Isabelle (sentada ao lado de Leon, tomando chá):

  — A gente achou que isso ia ser tipo treino de super-herói, né?

  — Mas isso aqui... é guerra.

  Leon n?o respondeu. Só segurou a m?o dela.

  ---

  Dias depois...

  Reunidos na sala de estratégia dos Saqueadores, os cinco — agora oficialmente parte da legi?o — se encontravam novamente com os veteranos. Zeke, Yuki, e os demais estavam presentes.

  No centro da sala, um holograma mostrava um mapa da Terra — e seis áreas marcadas com um brilho vermelho.

  Yuki:

  — Esses s?o os domínios dos Lordes.

  — O das Sombras... foi só o primeiro. E ele voltou pro dele.

  — Mas agora eles sabem que a gente existe. Que vocês existem.

  Zeke:

  — A guerra come?ou. E n?o vai parar.

  Leon fechou os punhos.

  Leon:

  — Ent?o a gente também n?o vai.

  Yuki sorriu de leve. Depois pigarreou.

  Yuki:

  — Mas por agora… vocês v?o descansar.

  — E… tem uma coisa que talvez ajude vocês a lembrar o que est?o tentando proteger.

  Todos os membros dos Saqueadores, veteranos e novatos, est?o juntos — pela primeira vez — num terra?o enorme, no topo da sede.

  A vista da cidade à noite era linda. Um contraste bizarro com tudo que tinham vivido.

  Comida espalhada em uma mesa improvisada. Risadas tímidas. Música baixa.

  Theo e Luna discutiam sobre quem bateu mais forte nos treinos.

  Davi flertava (muito mal) com uma das guerreiras saqueadoras.

  Isabelle observava tudo em silêncio, sentada perto de Leon, com a cabe?a encostada no ombro dele.

  Leon, mesmo com o olhar distante, pela primeira vez desde a luta... se sentia em paz.

  Mas essa paz seria curta.

  O holograma ao fundo do terra?o mostrava que os outros Lordes… estavam se movendo.

  Capítulo 4 - Ato 1: O Caminho do Treinamento

  Os dias passavam rapidamente. O tempo no espa?o dos Saqueadores e a luta constante contra os Lordes deixaram os cinco amigos mais unidos e com uma sensa??o de urgência crescente. Mas entre os treinos e o medo constante de um ataque, a vida escolar deles ainda existia.

  Na escola, Leon, Isabelle, Theo, Davi e Luna tentavam, ao máximo, continuar como antes, mas era difícil.

  No intervalo, enquanto se sentavam na área externa da escola, Leon olhava para o horizonte, como se pudesse ver o que ainda estava por vir. Ele se perguntava se a guerra seria finalmente o fim de sua vida comum.

  Isabelle, por outro lado, tentava se concentrar nas conversas diárias, no simples ato de ser uma adolescente normal, mas ela sabia que nada mais seria igual. Seu olhar, embora suave, carregava uma intensidade que ela mal conseguia esconder.

  Luna sentou-se ao lado de Leon, tentando falar sobre qualquer coisa que tirasse a mente deles da realidade.

  Luna (brincando):

  — E se a gente fizesse o trabalho de história sobre super-heróis? Ou, sei lá, uns vil?es também? Isso ia ser épico!

  Todos riram por um instante, mas a tens?o logo se instaurou de volta.

  Davi, com um sorriso sem gra?a, falou:

  — Eu ainda n?o acredito que estamos tentando fazer "vida normal" aqui. No fundo, nós somos mais do que alunos agora. N?o é estranho?

  Leon, com um suspiro:

  — Eu só... quero que todo mundo fique bem. Vamos sair dessa, juntos. Eu sei disso.

  De volta à base dos Saqueadores, a rotina de treinamento era exaustiva. Yuki se mostrava um mestre paciente, sempre encorajando os novatos a apertarem seus limites, mesmo quando o cansa?o era visível. Zeke, agora com o bra?o curado e mais forte, come?ou a se concentrar em treinos individuais com Leon.

  Zeke (tentando ser sério, mas com um leve sorriso):

  — Ent?o, o que você tá esperando do seu poder? N?o podemos mais ter essas dúvidas. é hora de arriscar.

  Leon ficou pensativo, antes de se concentrar.

  Leon (respirando fundo):

  — Eu sei o que posso fazer. A escurid?o dentro de mim... ela quer me consumir. Eu só n?o sei se posso controlar isso o tempo todo.

  Zeke (olhando de forma intensa):

  — N?o é quest?o de controle, Leon. é sobre aceitar. O poder n?o é uma coisa boa ou ruim, é só... um reflexo do que você tem dentro de si. Aceite o que você é.

  Com um simples comando de Zeke, Leon se concentrou profundamente. Ele estendeu as m?os e, pela primeira vez, a escurid?o surgiu de sua pele, como uma névoa negra envolvendo seus bra?os. Ele se sentiu mais forte, mais em paz, mas ainda com o receio de n?o saber até onde aquilo o levaria.

  Zeke (com um tom de aprova??o):

  — Isso. Está vendo? Você tem controle, só precisa acreditar nisso.No dia seguinte, Yuki decidiu levar todos para um treinamento em grupo. No mesmo espa?o branco onde eles treinaram anteriormente, os novatos e os veteranos se encontraram para trabalhar em equipe.

  Theo come?ou a se aproximar mais de Zeke para aprender como usar a velocidade aprimorada que ele come?ara a sentir em suas pernas e reflexos. Luna, agora mais confiante, focava no controle da sua habilidade de gerar campos de for?a, algo que come?ava a se mostrar cada vez mais versátil.

  Davi (tentando usar uma espada de treinamento, mesmo com dificuldades):

  — Esse negócio de espada é mais difícil do que eu imaginava. Como o Zeke consegue fazer isso parecer fácil?

  Zeke (com um sorriso de leve):

  — A técnica vem com tempo, n?o é sobre for?a bruta. Se você apenas se concentrar, vai ver que o movimento vem naturalmente.

  Mas o que os Saqueadores n?o sabiam era que, enquanto treinavam, o tempo no mundo exterior estava passando rápido. O que eles haviam come?ado a fazer, a guerra contra os 6 Lordes, come?ou a se espalhar pelos noticiários. A cidade estava em panico. A cada dia, novos ataques. As autoridades n?o conseguiam manter a situa??o sob controle.

  Na escola, Leon e seus amigos come?aram a perceber que a vida ao redor deles estava cada vez mais tensa. Nos corredores, os sussurros sobre heróis e vil?es pareciam crescer.

  Isabelle, que normalmente estava em silêncio, decidiu tomar uma atitude.

  Isabelle (sussurrando para Leon):

  — Se a gente n?o fizer alguma coisa logo, a cidade inteira vai entrar em caos. N?o sei quanto tempo mais podemos esconder isso.

  Leon (pensativo):

  — Eles sabem de tudo. N?o dá mais para fingir que somos apenas alunos.

  E nesse momento, a decis?o foi tomada. Eles n?o seriam mais apenas estudantes tentando manter uma rotina normal. Eles estavam em guerra.

  No dia seguinte, Yuki convocou todos os novatos para uma reuni?o importante. Ele os olhou com seriedade e, pela primeira vez, parecia n?o saber por onde come?ar.

  Yuki:

  — Os Lordes est?o vindo. Eles sabem de nós, e a miss?o deles n?o vai parar até nos destruírem. Nós vamos enfrentá-los juntos.

  Zeke (olhando para os novatos):

  — N?o temos tempo para hesitar. Vamos ser rápidos e diretos. Tudo que aprendemos até agora, tudo que vocês aprenderam... tudo isso vai ser testado. Se vocês acham que est?o prontos, provem.

  A tens?o estava no ar. O treinamento continuaria. Mas agora, o objetivo estava mais claro: sobreviver e vencer. Eles precisavam ficar mais fortes e mais unidos do que nunca. O mundo deles já estava irreversivelmente mudado.

  Após dois meses intensos de treinamento, Leon já come?ava a sentir os primeiros sinais de controle sobre seus poderes. A cada exercício, ele se tornava mais rápido, mais forte. Seus reflexos estavam melhores, e ele sentia uma energia crescente dentro de si. Mas havia algo mais... algo que ele ainda n?o compreendia completamente.

  Yuki, sempre observando atentamente, decidiu colocar Leon à prova, sabendo que o treinamento deveria se intensificar para que ele descobrisse todo o seu potencial.

  Yuki (com tom sério):

  — Vamos testar suas habilidades agora, Leon. Eu quero ver até onde você chegou.

  Leon, já mais confiante, assentiu. Ele se posicionou, respirou fundo e come?ou a se concentrar. Sentiu o ar ao seu redor, o peso do seu corpo, a tens?o nos músculos. Ele sabia que havia algo dentro de si prestes a se libertar, mas ainda n?o sabia como fazer isso.

  De repente, Yuki avan?ou contra ele com uma velocidade impressionante. Leon, instintivamente, recuou para esquivar. Mas algo aconteceu: seus reflexos aumentaram de forma t?o intensa que ele conseguiu desviar de Yuki com uma velocidade que n?o acreditava ser possível. O impacto da esquiva foi t?o forte que ele conseguiu até derrubar um peda?o de muro de concreto próximo, algo que antes parecia impossível para ele.

  Leon (surpreso e um pouco ofegante):

  — O que foi isso? Eu... Eu me movi mais rápido do que o normal!

  Yuki (com um leve sorriso):

  — Esse foi o primeiro passo. Sua velocidade já está além do que você imaginava. Agora, precisamos fazer isso de forma controlada. Tente manter essa velocidade sem perder o controle do seu corpo.

  Leon, com um sorriso, se preparou para o próximo exercício. Ele sentia algo pulsando dentro dele, uma energia crescente que ele ainda n?o sabia como controlar completamente. Mas estava determinado a descobrir.

  Entre os treinos e as descobertas, Leon e Isabelle passaram mais tempo juntos. Eles estavam se aproximando cada vez mais, e a amizade deles se transformava em algo que ambos sabiam que n?o era apenas uma conex?o de combatentes. Havia algo mais ali. Algo que ia além dos poderes, das batalhas e do destino que os esperava.

  Isabelle, com seu olhar tranquilo e sagaz, come?ava a perceber a luta interna de Leon, e sempre estava ao seu lado, oferecendo palavras de apoio.

  Isabelle (sorrindo suavemente para Leon enquanto ele descansava):

  — Você está indo muito bem, Leon. Você tem mais potencial do que imagina. Só precisa confiar mais em si mesmo.

  Leon (ainda com a respira??o ofegante, olhando para ela com um sorriso):

  — Eu n?o sei o que estou fazendo. Parece que sempre há algo mais que eu poderia fazer... algo que ainda n?o descobri.

  Isabelle (com um olhar confiante):

  — às vezes, n?o é sobre fazer mais. é sobre descobrir o que já está dentro de você. E isso vai acontecer, Leon. Eu acredito nisso.

  No final do treinamento, Yuki reuniu todos para uma reuni?o importante.

  Yuki (sério, olhando para todos):

  — Como sabem, os Saqueadores têm um propósito maior. Nossa miss?o vai além de proteger a nós mesmos. Estamos nos preparando para enfrentar uma amea?a ainda maior. Os seis Lordes que dominam o mundo. Eles s?o poderosos, muito mais do que qualquer um de nós imagina. Mas, vocês precisam estar prontos. Tudo o que treinamos até agora será posto à prova.

  Ele deu uma pausa dramática, como se estivesse esperando que todos absorvessem a gravidade das palavras.

  Yuki:

  — E n?o será fácil. Mas, se todos aqui se unirem, podemos vencer. Isso n?o é mais sobre ser forte individualmente. Isso é sobre trabalhar juntos e sobreviver.

  à medida que o grupo se preparava para mais um dia de treinamento, uma estranha sensa??o pairou no ar. Uma sensa??o de que algo estava prestes a acontecer. Leon, Isabelle, Yuki e os outros estavam fora da sede dos Saqueadores, quando, de repente, uma onda de energia os atingiu.

  Era como se o próprio ar tivesse mudado. Um silêncio mortal tomou conta do ambiente.

  De repente, o Lorde das Sombras apareceu diante deles, com uma aura de poder que fazia o ch?o tremer sob seus pés. Ele estava ali, e com ele, um terror que nem Yuki, com todo seu treinamento, poderia ter previsto.

  Lorde das Sombras (com uma voz profunda e amea?adora):

  — Eu voltei. E vocês, Saqueadores, n?o têm mais lugar neste mundo.

  Ato 2: O Retorno do Inferno

  O ar se tornava cada vez mais pesado. O Lorde das Sombras se aproximava com uma presen?a esmagadora, seus olhos brilhando com uma intensidade sombria. Seu corpo emanava uma energia maléfica, uma for?a imensa que fazia o ch?o tremer.

  Lorde das Sombras (voz profunda e amea?adora):

  — Saqueadores... Estavam t?o confiantes de que poderiam desafiar os Lordes. Agora, enfrentem a verdadeira for?a.

  Isabelle, com os punhos cerrados, olhou para Leon. Ela sabia que o momento de provar suas habilidades havia chegado.

  Leon (com uma express?o de determina??o):

  — N?o vamos deixar você fazer o que quiser aqui.

  Os Saqueadores se posicionaram em uma forma??o de batalha, cada um pronto para enfrentar o inimigo. Leon e Isabelle, junto de Yuki e os outros, sabiam que esse seria o teste final de tudo o que haviam treinado até agora.

  O Lorde das Sombras avan?ou com uma velocidade assustadora, movendo-se como uma sombra, sua presen?a apagando qualquer tra?o de luz ao seu redor. Ele atingiu Yuki com um soco devastador, lan?ando-o contra um muro de concreto.

  Yuki (com sangue escorrendo da boca):

  — Ele... é mais forte do que imaginávamos.

  Luna gritou e foi para cima do Lorde com toda a for?a que conseguia reunir, mas foi imediatamente repelida por uma onda de energia sombria, que a atingiu com tal intensidade que ela caiu ao ch?o, gemendo de dor.

  Davi, furioso, tentou contra-atacar com um golpe rápido, mas o Lorde das Sombras foi mais rápido. Ele parou o ataque de Davi com um movimento simples e, com um gesto, o jogou para trás, deixando uma linha de sangue no ar.

  Theo, com seu poder recém-despertado, tentou usar sua agilidade para flanquear o inimigo, mas o Lorde das Sombras estava sempre um passo à frente, virando-se rapidamente e desferindo um golpe no est?mago de Theo, fazendo-o cair de joelhos, ofegante e com uma dor insuportável.

  Isabelle (gritando, determinada):

  — Todos, fiquem juntos! N?o podemos perder!

  Ela avan?ou, tentando acertar o Lorde das Sombras com um ataque rápido, mas ele desviou facilmente e contra-atacou, cortando-lhe o bra?o com uma lamina de sombra. O sangue de Isabelle se espalhou no ch?o, tingindo a cena de um vermelho vibrante.

  Isabelle (agarrando o bra?o, com dor, mas ainda firme):

  — Eu n?o vou cair agora!

  A luta estava claramente desequilibrada. Os Saqueadores estavam sendo dominados pela for?a esmagadora do Lorde das Sombras. Seus ataques, que antes pareciam poderosos, agora pareciam fracos e ineficazes diante da habilidade do Lorde de manipular as sombras.

  Leon, que até agora observava a batalha com cautela, come?ou a sentir o peso de suas próprias limita??es. Ele sabia que estava mais forte, mas o inimigo diante dele era uma for?a imparável. Ele olhou para Isabelle, que estava lutando contra suas próprias feridas, e sentiu algo despertar dentro de si. Algo profundo e furioso.

  Leon (gritando, com raiva):

  — Eu n?o vou deixar eles perderem!

  De repente, Leon sentiu sua energia se elevar. Sua pele formigava, seus músculos se tornaram ainda mais tensos. A escurid?o que ele come?ava a controlar pulsava dentro dele, e ele sentiu a necessidade de libertá-la. Seus olhos brilharam com uma cor escura e intensa.

  Lorde das Sombras (olhando para Leon, desdenhoso):

  — Ent?o, você se atreve a desafiar as sombras? Veremos o qu?o longe pode ir.A intensidade da batalha cresceu. Leon avan?ou com uma for?a sobrenatural, suas m?os se envolvendo em uma aura escura. Ele socou o Lorde das Sombras com uma for?a t?o grande que o impacto fez o ch?o tremer, criando fissuras na estrutura ao redor deles.

  Lorde das Sombras, surpreendido pela for?a de Leon, foi arremessado para trás, mas rapidamente se reagrupou, avan?ando em um movimento de contra-ataque. Ele golpeou Leon com uma onda de energia escura, cortando sua pele e fazendo com que ele caísse de joelhos.

  Leon (com sangue escorrendo de seus lábios, mas com uma express?o determinada):

  — Eu n?o... n?o vou desistir.

  E ent?o, a escurid?o em Leon se soltou. Ele sentiu um poder desconhecido crescer dentro de si. Ele estava alimentado pela raiva, pela dor e pela necessidade de proteger seus amigos. Sua aura escura se expandiu de uma forma destrutiva, e, em um movimento furioso, ele avan?ou contra o Lorde das Sombras.

  Leon (gritando, com a voz cheia de fúria):

  — Morra!

  A batalha se intensificou. Os golpes de Leon eram mais rápidos, mais fortes, e cada impacto contra o Lorde das Sombras fazia o inimigo retroceder. A cena estava coberta de sangue, com peda?os de concreto estilha?ados, a fuma?a da destrui??o e o cheiro de sangue no ar.

  Lorde das Sombras (com raiva, sua voz gotejando veneno):

  — Você n?o pode me derrotar. Eu sou a escurid?o que você teme. Sou aquilo que você n?o entende!

  Mas Leon n?o parou. Ele avan?ou novamente, dessa vez mais determinado. Cada golpe que dava era acompanhado por um som de destrui??o, como se ele estivesse quebrando a realidade ao seu redor.

  Lorde das Sombras tentou desferir um golpe fatal em Leon, mas ele conseguiu desviar no último momento. A energia sombria de Leon aumentou ainda mais, e com um grito abafado de dor e raiva, ele desferiu um soco que acertou o Lorde diretamente no peito.

  O Lorde das Sombras foi projetado para trás, atingindo uma parede com for?a devastadora. Ele parecia atordoado, seus olhos brilhando com ódio, mas também com uma estranha sensa??o de respeito.

  Lorde das Sombras (com dificuldade, engolindo o próprio sangue):

  — Eu... n?o esperava isso de você.

  A batalha estava longe de ser limpa. O Lorde das Sombras parecia estar recuando, mas ainda n?o havia sido completamente derrotado. Ele levantou-se lentamente, ensanguentado e desorientado, seus movimentos mais lentos, mas ainda mortais.

  Leon, no entanto, estava exausto. Seu corpo estava quebrado, suas feridas sangravam, mas ele se recusava a desistir. Ele sabia que tinha que terminar isso.

  Leon (com a respira??o ofegante, mas focado):

  — N?o... n?o mais.

  O Lorde tentou contra-atacar, mas Leon foi mais rápido. Ele usou o que restava de sua energia e lan?ou-se contra o Lorde das Sombras com tudo o que tinha. O impacto foi brutal, e desta vez, Leon n?o o deixou se recuperar. Com um golpe final carregado com toda a escurid?o que ele podia controlar, ele destruiu a essência do Lorde, quebrando sua forma física até que ele desaparecesse, gritando enquanto sumia no ar.

  O silêncio tomou conta do campo de batalha. Leon, coberto de sangue e exausto, ficou de pé, observando onde o Lorde das Sombras havia desaparecido. O ar ainda estava pesado, mas a presen?a do inimigo havia se dissipado. Ele n?o havia vencido de forma gloriosa, mas havia cumprido sua miss?o.

  Ele olhou para seus amigos, todos feridos, mas vivos. O custo da vitória havia sido alto, mas eles estavam vivos.

  Yuki (olhando para Leon, com um sorriso cansado):

  — Você... você fez isso. De alguma forma, conseguiu.

  Leon (cansado, mas aliviado):

  — Eles n?o v?o morrer. N?o hoje.

  Ele caiu de joelhos, exausto, mas com um sorriso que refletia um alívio profundo. O Lorde das Sombras havia sido derrotado, mas a guerra estava longe de acabar.

  Esse é o primeiro livro meu ao qual eu fa?o em inspira??o a série e HQ Invencível, estava com muita vontade de fazer algo relacionado a isso e espero que gostem pois eu perdi 2 semanas pra fazer esse livro. Se gostarem muito obrigado pelo o apoio.

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