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II A DAMA E O VALETE

  Agora já chega de bla bla bla e vamos ao ponto certo. Eu me chamo Eva e encaro uma vida conturbada, mas isso n?o me impede de progredir em minha jornada... Sabe, é um choque e tanto saber que, em algum momento, você pode morrer para essas criaturas ou perder alguém importante para elas... Agora estou trabalhando no meu país, ajudando como uma guerreira, mas os pensamentos continuam aparecendo. Eu só n?o queria pensar tanto. Eu nem sei como ainda consigo relaxar e manter a calma, pois eles olham para mim e enxergam algo, mas eu sei que n?o existe nada, apenas uma garota que se sente presa ao passado e sabendo como se tornou um fardo.

  Ent?o, seus pensamentos s?o expulsos de sua mente após seu parceiro de expediente chamar sua aten??o. Ela estava t?o perdida que nem notava como o vento soprava contra o seu rosto naquela tarde entediante.

  — Ei, Eva, o que você acha dessas crian?as que vêm da escola? N?o te lembra alguma coisa?

  Eva solta um suspiro de cansa?o com um rolar de olhos de uma forma tediosa. Parece que a pergunta a incomoda, e ela se pergunta como ele consegue pensar em coisas assim do nada.

  — Yuri, é um bando de pirralhos. Isso apenas me lembra de como as coisas eram difíceis antigamente.

  Yuri ent?o dá uma pequena risada animada, tentando anima-la, mas o resultado é o contrário disso. A risada de Yuri soa como algo desanimador.

  — Pense de forma positiva. Pelo menos alguns pequenos bons momentos, e é isso que importa, certo?

  Eva ent?o co?a sua cabe?a e se depara com um garoto um pouco longe a observando. Ele vira o rosto ao perceber que Eva o notou, e volta a andar tentando disfar?ar, o que desperta um pensamento irritado nela: "Por que diabos este pivete está me encarando, hein?" Yuri ent?o volta a tagarelar.

  — Patrulhar por essas ruas chama bastante aten??o, Eva. Chama mais ainda quando a Dama Blindada está do seu lado.

  — Corta essa, seu idiota. Este apelido me foi dado porque eu venci aquele traidor aquela vez. N?o é minha culpa que minhas habilidades possam ser adaptadas a ele. N?o é nada demais.

  Yuri ignora o que Eva está dizendo e continua a provocá-la, mesmo com Eva tendo quase um surto de raiva na sua frente por causa de sua brincadeira.

  — N?o entendo o motivo de estarmos aqui. Acho que n?o haveria um ataque nessa área t?o próxima ao centro.

  Eva ent?o dá de ombros e olha de canto de olho para Yuri com sua express?o de cansa?o. Seus cabelos parecem bagun?ados também; dormir n?o parece seu forte.

  — Talvez estejamos preenchendo o lugar de algum idiota que faltou ao trabalho. Que tal dar uma olhada na outra parte?

  Eva ent?o aponta para o lado oposto da pequena pra?a, que está quase aos peda?os. Yuri ignora que ela está querendo desviar do assunto e continua com seu papo tedioso, como se fosse um pai chato falando à filha para fazer o dever de casa.

  — Talvez as coisas estejam normalizando. Desde o último ataque, as pessoas querem melhorar a cidade. Uma pena mesmo é a Capital daquela forma... Meu pai disse que já habitou aquele lugar. Apenas ouvi histórias, e parecia um tanto perturbado e mortal. Estas duas palavras caminham juntas por lá. Você já imaginou lutando pela capital? Eles escolhem os melhores para tal coisa.

  Stolen story; please report.

  Eva ent?o suspira de cansa?o, n?o demonstrando interesse na ideia. Parece t?o presa aos seus pensamentos que nem parece estar com Yuri ali no momento. Ele até estala os dedos próximos ao rosto de Eva, chamando sua aten??o. Ela mexe a cabe?a e volta a si, expulsando todos os seus pensamentos.

  — Acha mesmo que sou forte o suficiente para isso? Eu n?o estou afim de ir para lá. Tem algo que me diz para n?o me arriscar nem morta. Literalmente...

  Yuri parece perplexo e um tanto decepcionado, parecendo até que seus sapatos novos estavam molhados.

  — Que desperdício... Você n?o se vê lutando pela pátria?

  Eva ignora o que Yuri está falando e tentando mudar o assunto novamente. Isso n?o funciona, e ele parece mais e mais decepcionado. Eva tenta fugir disso de alguma forma.

  — Já que as coisas est?o tranquilas, deixo o resto do trabalho com você. Acho que já s?o umas seis da tarde.

  Yuri balan?a a cabe?a, aceitando as más desculpas de Eva, e decide deixá-la em paz.

  — Pelo menos pensa no que eu te disse. N?o vá vadiar por aí.

  Eva faz um sinal de m?o, se despedindo e seguindo seu caminho pelo lado contrário, deixando Yuri para trás. Sua mente come?a a martelar com aquelas palavras: "N?o é porque eu lutei no passado com aquele guerreiro forte que eu também sou forte. Yuri n?o entende. Se n?o fosse por mim, haveriam várias vítimas. Foi apenas uma vantagem contra as habilidades dele naquele dia, nada mais”.

  Eva ent?o segue para a organiza??o de guerreiros onde habita em sua cidade. "Saudade de como eram as coisas antigamente...". Ela olha diante de si a imensid?o do prédio à sua frente, com portas lindíssimas, tudo pintado e requintado do bom e do melhor. O lugar exala seguran?a para seus moradores, mas isso desanima Eva cada vez mais por causa das favelas próximas lutando para se manterem de pé. "Enquanto as coisas s?o um caos lá fora e lutam para se reconstruir, aqui tudo ainda está em boas condi??es. Parece até mesmo outra dimens?o". Enquanto Eva continua indo ao seu destino, é cercada de vários olhares daqueles que também residiam naquele lugar, guerreiros trajados com seus uniformes preto ?nix.

  "Eu fiz alguma coisa? N?o me lembro de ser alvo de tantos olhares assim. Andar com Yuri está me fazendo ficar muito falada na boca das pessoas!".

  Eva chega próxima à porta e enfia sua chave desanimadamente, até parece que enfiar a chave no buraco da fechadura é um desafio. Ela abre lentamente e entra no lugar. Ela ent?o olha pensativa e esquece a porta entreaberta. "O quarto, mesmo o dividindo, ainda sinto que existe uma parte de mim aqui nesse lugar. Minha pequena cama é um exemplo disso. Mesmo com as duas sendo diferentes de mim, ainda me sinto bem." Eva ent?o nota a presen?a de outra pessoa dentro do quarto e fecha a porta.

  — Lilih, é você?

  Alguém ent?o aparece atrás de Eva e toca em seus ombros, assustando-a.

  — Fala, maninha!

  Eva, assustada, quase dá um soco, virando-se pelo choque.

  — Argh! Já te disse para n?o FICAR ASSUSTANDO os outros aparecendo do nada!!!

  Lilih ent?o cai em gargalhadas com sua voz doce.

  — Ah, para, vai. Como sempre, minha irm? com mal humor danado, hein? Mas me diz aí, já terminou seu trabalho? Se quiser, pensamos em fazer algo hoje.

  Eva suspira de cansa?o.

  — Puff... Estou exausta. Você tem sorte por só fazer treinamento hoje. N?o aguento mais ter que ficar de olho nos lugares em pé por umas seis ou cinco horas seguidas, esperando algo acontecer.

  Lilih dá outra risadinha, revelando sua aparência encantadora. Ela parece ser bem menininha; suas bochechas s?o rosadas em contraste com seus cabelos sedosos castanho-claros. Parece até que eles s?o desenhados por um pincel fino.

  — Se você acha melhor descansar, eu vou chamar outra pessoa, afinal de contas...

  Eva ent?o anda até a outra porta e para quando ouvir o que Lilih disse, parece até mesmo congelar.

  — Você n?o está cansada daquela cara? Eu já disse que ele n?o é boa pessoa!

  Sua irm? ent?o respira profundamente e desanimadamente. Parece que as duas já tiveram essa conversa e n?o parece ser a primeira.

  — Pelo menos eu tenho alguém. N?o sou você que fica aí sozinha chorando nas madrugadas e fazendo seja lá o que por aquilo que eu escutei noite passada!!!

  Eva, cheia de raiva, ent?o pula na dire??o de Lilih, que desvia rapidamente. Seus reflexos parecem ser muito bons; sua velocidade parece prever os movimentos de sua irm?, de t?o despreparada que ela estava por seu golpe impulsivo. Em consequência disso, Eva dá de cara na parede e fica ainda mais estressada.

  — Shashasha, maninha, você sabe que fazer ataques irracionais acaba com a eficácia, certo? Foi o que você aprendeu hoje, bobinha. Shashasha. E eu estava falando em chamar a Listo para ir comigo em algum bar, mas já que você n?o quer... eu vou sozinha.

  Ela faz um beicinho quando disse isso. Eva fica espantada com a idiotice que fez com seu golpe, mas a risada irritante de sua irm? a enfurece mais ainda. Eva apenas vai direto ao banheiro, a fim de tomar um banho relaxante. Ela diz com a m?o na cabe?a, sentindo dor e estando mal-humorada:

  — Você n?o deveria dar o fora logo? Acho que Calisto fez o mesmo mais cedo. Hoje foi uma folga dessa vacilona de qualquer jeito.

  Lilih fecha a porta com um sorriso animado de uma crian?a que ganhou um prêmio e Eva vai ao banho pensativa. “Que idiota, joga na minha cara meus problemas, mas ela mesma tem os seus. Queria eu n?o ficar pensando tanto e usar aquelas porcarias para me sentir melhor, mas o estresse me deixa mal pra caramba".

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