Como se pode esperar que alguém tente arrancar sua alma, tirar sua vontade?
- Eu os vi zanzando por aí – avisou Mulo, a preocupa??o nítida no rosto.
- Sem os anjos por aqui, é normal e esperado que eles devem estar se sentindo mais confiantes – falou FlorDoAr.
- E eles est?o mesmo. Parece que eles atacaram uma pequena aldeia ao norte daqui – lembrou Sol. – Muitos morreram por lá.
Lázarus ficou em silêncio, observando os semblantes preocupados dos amigos. Seu cora??o estava pesado pelo futuro encoberto.
- Aconselho muito cuidado e aten??o. A comida está muito escassa, e todos os que vivem est?o muito esfomeados. E os dem?nios s?o os que mais têm condi??es de arrumar alimentos. Muitos animais também foram atacados – ánacle alertou.
- O mundo está muito fraco, ainda. A recupera??o vai demorar muito tempo. Paciência e cuidado – Ariel orientou, a voz abafada, puxando Valentina em um abra?o cuidadoso e quente.
- Parece que esse é o grande problema ent?o – falou Avenon, a voz um pouco menos luminosa do que o normal.
- Qual? – estranhou Mulo.
- Os dem?nios, ora – esclareceu.
- è uma melhora? Antes eram dahrars, nefelins e pessoas escuras... Parece que muitas amea?as foram anuladas, n?o é mesmo?
- N?o deixa de ser uma mudan?a – cismou Sol, se apertando mais em Ariel.
- Precisamos ficar alertas – falou Lázarus, a voz séria e pensativa. Com um movimento se levantou, os olhos vasculhando todo o entorno sem muito interesse. – Como sabem, os inimigos podem ser poucos, mas s?o determinados e est?o com fome. Vou fazer uma ronda – avisou desfraldando as asas.
If you stumble upon this narrative on Amazon, it's taken without the author's consent. Report it.
- Quer que eu vá junto? – Ariel se ofereceu.
- N?o, meu bem, n?o vai ser preciso. Só vou andar por aí. Se cuidem.
Ariel sorriu, entendo a preocupa??o de Lázarus com os que ficavam. Eles eram muito poderosos, mas os dem?nios estavam desesperados demais.
Sob o olhar dos amigos Lázarus se elevou.
Por um tempo ficou flutuando sobre a aldeia, tentando sentir qualquer alerta. Mas nada havia além daquele silêncio de medo e solid?o. Sem pressa foi se afastando em dire??o ao oeste, na dire??o da muralha.
Devagar passou por antigas cavas de dem?nios, prestando muita aten??o. Era um alívio ver que tudo estava quieto e abandonado por lá.
II
O ataque foi súbito, do qual escapou por um triz. Três dem?nios de alto poder surgiram ao seu lado, as espadas já descrevendo um círculo apertado.
Com um chute Lázarus afastou o que estava mais distante, enquanto que no mais próximo acertou uma potente cotovelada. O terceiro, uma dêmona de aspecto perigoso a atingiu pelo lado, a adaga negra quase atingindo sua garganta. Num golpe seco passou-lhe a espada na cintura, cortando raso.
Num giro segurou a garganta de um deles, um sujeito grande de modos desgovernados. Quando caiu atrás dele apertou suas costas nas dele e puxou seu pesco?o, quebrando-o no ato. Como um escudo o virou para o outro que já estocava com a espada, enquanto que com a borda da asa cortou a garganta da dêmona, a mais agressiva deles.
Em silêncio se virou e encarou o que preservara. Ele mostrava o corpo forte e avermelhado, a pele sugerindo um couro. N?o possuía asas, mas era certo que podia saltar para longas distancias além de desconfiar de que ele poderia atravessar obstáculos, pois tinha certeza de que o vira fazendo isso ao atravessar uma árvore para tentar atacá-los de surpresa. Ficou apenas observando-o, conferindo o sorriso enigmático e sugestivo na cara medonha.
Quando ele atacou Lázarus apenas adiantou a m?o direita, segurando-o pela garganta enquanto dominava sua mente. Sentia a fome neles, fome de energia, fome de poder. Mas em sua mente ficava surgindo algo, como um sussurro de que deveria haver algo mais.
O impacto foi violento, entendendo o sorriso sarcástico na cara do dem?nio. O horror o paralisou quando viu que n?o era ele o objetivo, mas sim, Ariel.
Tomado de urgência esmagou a cara dele, que representava tudo o que tentavam lhe tirar, e volitou para o lugar onde a energia dela dizia estar, ou estivera por último.