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Informações sobre o novo mundo

  1###**Anos se passaram...**

  Já se passaram quatro anos desde que renasci neste mundo. Aprendi muito sobre ele, algumas coisas perguntando à minha m?e, outras observando em silêncio. Certo dia, Sara se machucou, e meu pai fez uma ora??o. No final, uma luz verde brilhante saiu de suas m?os, e Sara foi curada instantaneamente. Fiquei arrepiado. A primeira coisa que pensei foi: *Esse cara é um bruxo!* Mas, depois de analisar, percebi que ele fez uma ora??o antes. Bruxos n?o fazem ora??es, certo? Ent?o, decidi perguntar à minha m?e o que estava acontecendo.

  – Você está cada vez mais curioso, Lázaro. Está sempre perguntando algo – ela disse, com um sorriso suave.

  Claro, mulher! N?o é todo dia que se vê um cara lan?ando feiti?os, pensei, mas mantive a boca fechada.

  – Seu pai sabe um pouco de magia. Neste mundo, algumas pessoas nascem com mana – explicou ela.

  – Mana? – perguntei, fingindo ignorancia.

  – Sim, mana. é como uma energia com a qual você nasce. Com ela, você pode conjurar magia. Existem muitos tipos de magia – continuou ela, enquanto arrumava a mesa.

  – Ent?o eu também posso usar magia? – perguntei, tentando parecer entusiasmado.

  – Nem todos têm mana. A mana é rara, e nossa família n?o tem muitos feiticeiros. Na minha família, só minha tataravó tinha. No caso do seu pai, sua m?e tinha mana, mas ele só tem um pouco. é provável que vocês n?o tenham – ela respondeu, com um tom um pouco resignado.

  – Ah, entendi.

  – Pergunte ao seu pai. Ele sabe mais de magia do que eu.

  Fui até meu pai, que estava na cozinha preparando doces.

  – Pai, me ensina magia! – disse, com um tom de desafio.

  – Ah, você quer aprender magia, Lázaro? – ele respondeu, surpreso.

  – Ainda n?o sei se você tem mana. Vamos fazer um teste. Abra sua m?o e diga estas palavras: *"Ventus Minor"*.

  Fiz o que ele pediu, mas nada aconteceu.

  – Talvez você n?o tenha mana... ou talvez eu seja um péssimo professor – ele riu, brincando. – Lázaro, existem cinco elementos: água, fogo, raio, terra e vento. Eu uso vento, por isso minha magia é verde. Se você tiver mana, terá um elemento. Você quer mesmo aprender magia?

  – Sim! Eu quero ser rei! – declarei, com uma cara séria.

  – Rei? – ele riu, surpreso. – Mas você nem é da família real. N?o tem como ser rei.

  – Vou dar um jeito de ser rei – respondi, determinado.

  Meu pai olhou para mim com uma express?o curiosa.

  – Sempre que falo com você, Lázaro, sinto que estou falando com um adulto. Você só tem quatro anos, mas n?o age como uma crian?a. é muito sério.

  ---

  **Resumindo...**

  Aprendi muitas coisas. Cavaleiros trabalham para o governo, ou seja, para o rei, que n?o mora nesta cidade, mas na capital. Para ser cavaleiro, é preciso ter um bom nível de mana – o que, no meu caso, parece difícil, já que minha família n?o é conhecida por ter muita mana. Também descobri que existem pessoas-gato, ou "homens-feras", como minha m?e os chamou. A primeira coisa que pensei foi: *Esses caras treparam com animais?* Mas ela explicou que existem quatro ra?as racionais: homens-feras, elfos, humanos e dem?nios. Houve uma guerra entre eles, e os dem?nios eram t?o fortes que as outras três ra?as tiveram que se unir para vencê-los. Depois da guerra, os dem?nios foram para outras terras, e humanos e homens-feras decidiram formar um povo unido. Acho que os humanos foram mais espertos, porque o rei é humano, os elfos conseguiram também criaram seu reino separados dos humanos e dos homens feras, mas eles s?o aliados

  Existem nobres de classe alta, nobres de classe média e plebeus – ou seja, pobres. é óbvio que nós somos plebeus. A escola só come?a aos sete anos e é basicamente para aprender a ler, escrever, um pouco de história e matemática. Estou tentando aprender a ler escondido, porque n?o quero que me tratem como um prodígio. Eles podem querer me mandar para um internato ou algo assim. Gabi e Sara já v?o para a escola, mas o bom é que aqui a escola termina em três anos. Aos dez anos, você já está formado. Que alívio! Pelo menos n?o tenho que passar pelo ensino médio.

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  **O Encontro com o Anjo**

  Alguns dias depois, acordei na sala do anjo.

  – N?o pode ser... Eu morri durante a noite? – perguntei, confuso.

  O anjo apareceu, com seu manto brilhante e sem rosto.

  – N?o se preocupe, você n?o está morto. Só queria ter uma conversinha com você – disse ele, com um tom casual.

  – Por que você me trouxe aqui? Achei que já tínhamos resolvido tudo...

  – Você esqueceu que eu disse que faria alguns pedidos a você? Em troca de uma recompensa – ele respondeu, com um sorriso invisível.

  – Ah, lembrei. Você também disse que eu sou livre para recusar.

  The narrative has been taken without authorization; if you see it on Amazon, report the incident.

  – Se você cumprir, te dou uma recompensa – ele insistiu.

  – Que tipo de recompensa?

  – N?o posso dizer. Você verá no futuro.

  – No futuro? Ent?o n?o quero.

  Além disso, sinto que sou um homem diferente agora. N?o me irrito facilmente.

  – é porque você é uma crian?a. Crian?as n?o se irritam facilmente – explicou o anjo.

  – Ah, tá. Mas você n?o disse que eu renasceria em um mundo de magia e pessoas-gato.

  – Você teve uma segunda chance. Claro que n?o seria no mesmo mundo – ele respondeu, como se fosse óbvio.

  – Você devia ter deixado isso claro.

  – Só queria te surpreender. Enfim, vai aceitar ou n?o?

  – N?o tenho nada a perder. Ent?o, pode dizer.

  – Quero que você se torne um cavaleiro.

  – Eu pretendo me tornar rei. Ent?o, tenho que ser cavaleiro primeiro.

  – Ent?o tá ótimo. Cumpra seu dever.

  Acordei em meu quarto.

  – Ent?o isso foi um sonho? – murmurei.

  – O que você está falando? – Gabi perguntou, sonolento.

  ---

  **Relacionamento com os Irm?os**

  Acho que me dou melhor com meus irm?os nesta vida do que na outra. Na minha vida anterior, eu tinha três irm?os. O mais velho era um idiota que vendia drogas e sempre tirava sarro de mim, dizendo: *"Você vai me prender, irm?o?"* O do meio era legal, tinha boas notas e fez faculdade, mas parei de falar com ele depois que dei um soco no sogro dele por falar mal da minha m?e. Minha irm? ca?ula come?ou a usar drogas muito cedo, por culpa do meu irm?o mais velho. Ent?o, eu o prendi. Ele pegou quinze anos, e minha irm? parou de falar comigo.

  Nesta vida, meus novos irm?os n?o s?o um problema. Neste corpo de crian?a, comecei a pensar diferente e quero melhorar a comunica??o com eles.

  Certo dia, estava no quarto tentando ler um livro quando Sara entrou, com um sorriso no rosto.

  – O que você está fazendo, Lázaro? – ela perguntou.

  – Estou tentando ler este livro – respondi.

  – Eu ainda n?o sei ler, ent?o n?o posso te ensinar – ela disse, com um tom de desculpa.

  – Ent?o se esforce na escola e venha me ensinar.

  – Você fala como um adulto – ela riu.

  – Tenho alguns exercícios muito difíceis para fazer – ela continuou, pegando o caderno e mostrando para mim.

  Olhei para os exercícios e percebi que estavam todos errados.

  – Esses exercícios est?o todos errados – disse, apontando para o caderno.

  – O quê? Esses exercícios est?o certos! Fui eu que fiz! – ela respondeu, indignada.

  Os exercícios eram parecidos com os do meu mundo anterior, só que os símbolos eram diferentes. Eram simples adi??es e subtra??es.

  – Vê como se faz – expliquei, mostrando a ela como resolver os problemas.

  Ela ficou impressionada e me abra?ou.

  – Me bota no ch?o, menina! – reclamei, enquanto ela me levava até Gabi, que estava na varanda.

  – O Lázaro é um gênio! Ele é um gênio, Gabi! – ela gritou.

  – O quê? Ele quase n?o fala. Como pode ser um gênio? – Gabi respondeu, cético.

  Ele colocou o dedo na minha cara, e eu o mordi.

  – Ai, seu idiota! Por que você me mordeu? – ele gritou.

  – N?o bote sua m?o na minha cara – respondi, sério.

  – Você fala como se fosse um adulto e é sério demais para um bebê.

  Esqueci que tenho que sorrir mais para parecer uma crian?a.

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  2#**A Entrega no Bairro Nobre**

  Gabi foi chamado pela m?e para fazer uma entrega no bairro nobre. Ele reclamou, mas acabou indo, levando-me com ele. Enquanto caminhávamos, observei a cidade. A maior parte da popula??o era negra, e havia muitos homens-feras, ou semi-humanos, como também s?o chamados. Vi alguns semi-humanos c?o – pensei que só existissem gatos, ou seja Semi-humanos s?o seres que possuem uma aparência predominantemente humana, mas com características animais que os distinguem. Eles têm rostos completamente humanos, com tra?os normais como olhos, nariz e boca, Suas orelhas s?o de animais, posicionadas no topo da cabe?a, podendo ser pontudas, peludas e sensíveis a sons, se ajustando conforme seu estado de espírito. Além disso, possuem uma cauda correspondente ao animal de sua linhagem, que se move de acordo com suas emo??es, sendo útil para equilíbrio ou até para expressar sentimentos.

  Fora essas características, seu corpo, pele e estrutura física s?o completamente humanos, sem altera??es como focinho, patas ou garras. Eles podem vestir roupas normais e interagir como qualquer outro humano, isso eu aprendi com a m?e... Algumas mulheres feras tinham um... *peit?o* que eu n?o conseguia parar de olhar, com um sorriso sacano.

  – O que você está olhando? – Gabi perguntou, curioso.

  – Nada. Ent?o, e sua gata? – perguntei, tentando mudar de assunto.

  – Gata? – ele respondeu, confuso.

  – Sua namorada.

  – Eu n?o tenho namorada! Ainda sou muito crian?a – ele disse, corando.

  – Neste mundo, 16 anos já é considerado adulto. Você deveria ter uma.

  – Do que você está falando? Você é muito crian?a para perguntar isso – ele respondeu, irritado.

  O sol já come?ava a se esconder no horizonte, tingindo o céu de tons alaranjados e avermelhados. Gabi e eu caminhávamos pelas ruas de pedra, carregando o bolo cuidadosamente embrulhado. O cheiro doce do bolo contrastava com o ar pesado que parecia pairar sobre nós. Eu continuava a dizer olhava ao redor, observando as casas simples e as pessoas comuns que viviam na nossa parte da cidade. Mas, à medida que nos aproximamos do bairro nobre, tudo mudava.

  As ruas ficavam mais largas, as casas mais altas e imponentes, com jardins bem cuidados e muros altos que pareciam gritar: *"Aqui n?o é o seu lugar."* As carruagens luxuosas passavam por nós, puxadas por cavalos majestosos, e os nobres caminhavam com roupas finas, ignorando completamente nossa presen?a. Eu sentia o desconforto de Gabi, que apertava minha m?o com mais for?a do que o normal.

  – Vamos logo entregar isso e ir embora – ele murmurou, evitando olhar para os lados.

  Chegamos ao port?o do bairro nobre, onde um guarda nos parou com um olhar de desdém.

  – O que vocês querem aqui? – ele perguntou, como se já soubesse a resposta.

  – Viemos fazer uma entrega – Gabi respondeu, com uma voz que tentava soar firme, mas tremia levemente.

  O guarda nos olhou de cima a baixo, como se estivéssemos sujos, e finalmente nos deixou entrar. O ar dentro do bairro era diferente – mais frio, mais distante. As crian?as nobres brincavam nos jardins, com roupas limpas e rostos sorridentes. Quando nos viram, seus sorrisos se transformaram em caretas de nojo.

  – O que vocês est?o fazendo aqui? – uma das crian?as perguntou, com um tom de voz que parecia uma faca afiada.

  – Viemos fazer uma entrega – Gabi repetiu, tentando ignorar o tom hostil.

  – Andem logo antes que vocês contaminem nosso bairro – outra crian?a disse, rindo.

  Eu senti o sangue ferver, mas Gabi apertou minha m?o com mais for?a, como se dissesse: *"N?o fa?a nada."* Continuamos caminhando, mas as palavras deles ecoavam em minha mente. *Contaminar?* Como se f?ssemos lixo. Eu olhei para Gabi e vi que ele estava com os olhos baixos, tentando esconder a dor que aquelas palavras causavam.

  Chegamos à casa do senhor Inácio, uma mans?o enorme com colunas brancas e janelas brilhantes. Um mordomo nos recebeu na porta. Ele era um homem-ferra, com orelhas pontudas e uma express?o neutra.

  – Boa tarde. Viemos entregar o bolo – Gabi disse, entregando o pacote com cuidado.

  O mordomo pegou o bolo e nos deu algumas moedas.

  – Obrigado – ele disse, com um tom formal, mas sem qualquer calor.

  Gabi pegou as moedas e as guardou rapidamente, como se tivesse medo de que alguém as roubasse. Estávamos prestes a sair quando ouvimos risadas vindas do jardim. As crian?as nobres estavam lá, apontando para nós e rindo.

  – Olhem só! Os plebeus vieram trazer comida para os nobres! – uma delas gritou, com um sorriso maldoso.

  – Eles devem estar com fome. Por que n?o jogamos um pouco de comida para eles? – outra crian?a disse, pegando uma pedra do ch?o.

  Antes que eu pudesse reagir, a pedra foi arremessada em nossa dire??o. Gabi se moveu rápido, colocando-se na frente de mim. A pedra acertou seu bra?o com um som surdo, e ele soltou um grunhido de dor.

  – Gabi! – eu gritei, sentindo uma onda de raiva e impotência.

  Ele segurou o bra?o machucado, mas n?o revidou. Em vez disso, ele me puxou pela m?o e come?ou a caminhar rápido, quase correndo.

  – Vamos embora – ele disse, com uma voz que tentava parecer calma, mas tremia.

  – Por que n?o revidou? – eu perguntei, furioso. – Eles n?o podem fazer isso com a gente!

  – Porque n?o adianta, Lázaro – ele respondeu, com os olhos cheios de lágrimas que ele se recusava a deixar cair. – Eles s?o nobres. Se a gente revidar, eles v?o nos machucar ainda mais.

  Eu olhei para trás e vi as crian?as rindo, como se tudo aquilo fosse uma grande piada. Meu cora??o doía de raiva e tristeza. Gabi, meu irm?o mais velho, estava machucado, humilhado, e n?o podíamos fazer nada.

  No caminho de volta, o silêncio entre nós era pesado. Gabi segurava o bra?o machucado, e eu sentia uma mistura de raiva e frustra??o. Quando chegamos em casa, minha m?e nos recebeu com um sorriso, mas logo percebeu que algo estava errado.

  Quando chegamos, minha m?e perguntou como foi a entrega.

  – Foi bem. Eu caí e me machuquei no bra?o – Gabi mentiu.

  – Está doendo muito, meu filho? – ela perguntou, preocupada.

  – N?o, m?e. Está de boa – ele respondeu, tentando parecer forte.

  – Vai até seu pai. Ele pode usar o poder de cura nele – ela sugeriu.

  Gabi foi até meu pai, que usou seu poder de cura. O poder dele era t?o fraco que só podia ser usado uma vez por dia. é raro um plebeu nascer com mana, e quando nasce, é muito pouco.

  ---

  **A Conversa com o Pai**

  Naquela noite, meu pai veio ao meu quarto para conversar. Gabi estava na sala, ent?o estávamos sozinhos.

  – Gabi me contou o que aconteceu hoje – ele come?ou, sentando na cama.

  – Eu disse para ele revidar. Aqueles meninos estavam nos humilhando – respondi, irritado.

  – Eu tenho que falar com você sobre isso, mas nunca pensei que seria nesta idade – ele disse, com um tom sério. – Neste mundo, os nobres têm tudo. Eles nos tratam como lixo.

  – O que eu quero dizer é que nem sempre o mundo é justo. Deus nos fez com amor, mas nós somos arrogantes. Destruímos tudo de bom que Ele nos dá, mesmo depois de Sua palavra: *"Ame o teu próximo"*. Algumas pessoas, quando têm tudo, já n?o querem saber de nada.

  – Você entendeu onde eu quero chegar?

  – Mas eu n?o vou ser pisado por aqueles idiotas – respondi, determinado.

  – Você me faz lembrar do meu pai. Ele n?o aceitava que os nobres nos tratassem como lixo. Mas ele foi morto tentando fazer justi?a, e por isso eu cresci sem pai.

  – Só n?o se esque?a de que você tem uma família e deve pensar neles antes de tomar uma a??o.

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