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XV MISERÁVEL ALEXANDER

  Os seus olhos se abrem, e tudo o que pode ser visto é a escurid?o. Onde estará ele? Pois o sol parece t?o apagado. é amanh?? Tudo o que pode ser visto é a areia negra e as vastas montanhas gigantes à sua volta, um deserto negro com rios de sangue. Ele se levanta com dificuldade, seu corpo n?o pode ser sentido, e o único impulso que vem de si é a vontade de vomitar, vomitar o líquido vivo e vermelho que escorre por sua boca.

  — Qu-e mer-da? Cof-cof, é essa?

  A imensid?o da escurid?o pode ser vista, a sua volta uma cratera simbolizando a sua queda. Ao se levantar, sua armadura cai em cacos ao ch?o. Humilhado e abandonado, ele caiu ao ch?o, sua blusa de malha, que estava por baixo, agora rasgada aos peda?os, e sua cal?a s?o as coisas que restam para ele... As coisas que restam para Alexander!!!

  — A minha espada? Onde estou e Isaac!?

  Todos esses pensamentos orbitam sua cabe?a, mas Isaac... Ele se choca com um meteoro de emo??es em seu peito.

  Tudo em sua mente parece rodar, mas o desconhecido e o medo ainda mais. O local à sua volta só faz com que ele sinta mais e mais medo e ansiedade.

  — Eu n?o vou morrer nem mesmo nessas terras imundas. Posso cair de um penhasco, mas voltarei e encontrarei Isaac!!!

  Seu grito ecoa sobre o lugar vazio. Alguns diriam que seria uma perturba??o do silêncio e do vazio do ambiente.

  — Só pode ser brincadeira... Será que estou morto? E que tipo de inferno é esse? Meu corpo está todo lascado e minha habilidade!?

  Alexander tenta convocar sua espada, mas é surpreendido pelo que restou dela. A mesma está quebrada e defeituosa, ofuscando, perdendo suas for?as.

  “A Rosa infame me salvou? E como podem laminas mágicas se quebrarem? Isso tudo é uma merda!!!”

  Algo chama a aten??o dele ao ouvir um cantarolar de uma voz distorcida, mas aguda.

  — Céu negro, rios de sangue, humanos caem e a chave exangue.

  Alexander tenta invocar sua lamina novamente, mas falha. Ent?o a voz diz, revelando rapidamente um ser sobre um manto negro, que oculta sua aparência. Definitivamente é alto em compara??o com Alexander, lembrando um tanto Nefasto Rah.

  — Se eu fosse você, n?o tentaria... Eu já notei que está danificada, mas sabe, n?o é normal seres como você em nosso mundo.

  Alexander ent?o range os dentes e diz:

  — O que quer que seja, eu n?o vou perder mesmo sem as minhas habilidades. Eu já matei muitos do seu tipo.

  — Eu n?o disse que desejo um combate. Pelo contrário... Apenas uma ajuda sua.

  — Por que eu aceitaria ajudar um dem?nio como você? Se eu der as costas, vai me esfolar vivo e me usar como casaco.

  — Posso provar que você deve confiar em mim. Sabe, você n?o está mais no seu mundo ou no lugar que chama de casa... Está no nosso lar, e aqui n?o há como você sobreviver sozinho. Mas eu lhe ajudarei com isso, pois uma m?o lava a outra.

  — E o que isso importa? Ainda n?o confio em você.

  — Informa??es s?o valiosas, sabia? Eu me chamo Dark.

  — Isso n?o ajuda. Agora estou aqui nesse inferno e nem mesmo sei como cheguei até aqui. Tudo o que lembro... Isaac.

  “N?o há escolhas... Eu n?o sei nada daqui e esse ser quer me ajudar. é loucura acreditar em um dem?nio vestido com um capuz. Eu n?o consigo ver nada dele, mas n?o posso morrer aqui. Eu n?o consigo lutar e n?o tenho for?as.”

  De forma relutante, ele respondeu a Dark:

  — Eu me chamo Alexander, mas me diga como posso ajudá-lo? Eu n?o quero me tornar seu subordinado ou algo do tipo, porque ainda tenho meus objetivos. N?o somos amigos nem nada do tipo.

  — Eu n?o conhe?o nenhum humano fraco que chegou até aqui. Todos eram bem fortes, até mesmo inteligentes demais. Vocês s?o seres que me deixam curioso, e n?o é como se eu fosse devorar ou usar voce como vingan?a pelo meu povo me traria alguma vantagem para mim.

  — Entendo, mas eu n?o gosto do seu povo. Tudo o que vocês fazem é simplesmente matar, destruir e ficar em êxtase sobre o nosso sangue.

  — Chega de reclama??es. Preciso que você me prove que é forte como aparente ser. Sua espada está aos cacos, né? Tenho uma solu??o se precisar de uma arma.

  Dark convoca um machado de ferro negro e o entrega a ele, jogando em sua dire??o. Alexander pega com sua m?o esquerda.

  — Certo, mas o que eu deveria fazer exatamente? N?o sei se estou em boas condi??es.

  Dark desaparece enquanto uma voz diz:

  — Mate três seres da minha espécie e os traga para mim nesse mesmo lugar. N?o é muito difícil encontrar na escurid?o. N?o me desaponte.

  Alexander ent?o empunha o machado e sai andando pela escurid?o em busca de seu objetivo. Ele estava errado; as esperan?as s?o plausíveis de estarem longe dele.

  “Maldito Maestro... Você me envia para a morte, certo? Tudo o que fez foi me deixar como um maldito porco no abatedouro. Todas as suas a??es est?o dizendo isso!!!”.

  A raiva dentro de Alexander come?a a aumentar ao ponto de ele come?ar a socar o ch?o a cada palavra.

  — MALDITO SEJA, VOCE MAESTRO! MALDITO!!! SEI QUE N?O PODE ME OUVIR, VOCE ME MANDOU PARA MORRER!!! EU FIZ TODO O SEU TRABALHO SUJO, EU ME FIZ LUZ NA SEU ESCURID?O, E AGORA SOU DESCARTADO COMO NADA? SE ACHA T?O PODEROSO? A MINHA COVA N?O VAI SER ESSE INFERNO!!!

  Um ser distorcido aparece perante Alexander, que estava gritando de ódio.

  — Olha só o que consegui fora do domínio. Você poderia poupar seus gritos para depois? Há tanto tempo que n?o vejo algo t?o delicioso como você. Dois seres em um único dia... ganhamos na loteria, mas esse aqui caiu nas minhas garras e n?o na daqueles idiotas.

  — Acho mesmo que eu n?o vou acabar com você? Já derrotei muitos de vocês e já sei que você n?o é muito forte. Dá pra ver na sua estatura física. Já lutei com seres maiores.

  Várias correntes saem do ch?o e seguram Alexander. Ele tenta se soltar, mas n?o consegue. Seus bra?os est?o presos.

  — Pode ver o qu?o inferior vocês s?o? é como um inseto na minha teia. N?o adianta ficar falando demais.

  “Eu n?o vou perder pra esse verme. Eu preciso ser mais forte para salvar meu irm?o...”

  Alexander, com toda a sua for?a bruta e agressividade, puxa as correntes, estourando-as e assustando seu inimigo. Ele usa as correntes presas aos seus punhos e desfere um golpe contra o dem?nio, partindo-o ao meio em um único golpe.

  — Eu sou Alexander, o guerreiro lendário. Eu n?o treinei por praticamente toda a minha vida para morrer aqui. Eu vivo do combate!!!

  Ele tenta retirar as correntes de seu pulso, mas n?o consegue.

  “Eu usarei tais correntes como armas... N?o sei do que s?o feitas, mas é como a?o. é a única arma que me resta... N?o me dou bem com machados. Só me pergunto como vou entregar a cabe?a desse cara se ele foi cortado na vertical.”

  Ele tira a m?o do dem?nio e prende em sua cintura. O vento era t?o forte que ele foi até o ser e tirou um tipo de manto do mesmo, usando-o como uma capa. Continuou caminhante, e um tanto pensativo, mas logo expulsa os pensamentos de sua cabe?a.

  Ao entrar em um pequeno cemitério, ele se depara com uma sensa??o familiar, o que preocupa Alexander. Parecia um cemitério humano, com uma pequena capela abandonada próxima. O vento faz com que o sino tocasse; tal barulho era bem aflitivo. Uma figura negra se forma à sua frente, e sem pensar duas vezes, ele joga seu machado contra a figura, que reaparece à sua frente.

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  — Isaac!?

  A figura volta a se aproximar, e Alexander, irracionalmente, desfere um golpe com sua corrente contra a mesma, mas o corpo dela se desfaz como uma ilus?o.

  Vários seres come?aram a rodeá-lo, rostos... vários rostos conhecidos.

  — Isso é impossível, pois vocês est?o mortos!!! Eu fracassei, pai!!! Eu n?o consigo continuar agora que perdi a única coisa que me faria continuar. Por que você confiou a sua espada a mim, meu av?? Eu n?o consigo fazer nada direito.

  Uma figura ent?o se forma à frente, dizendo:

  — Morte e fracasso, disso que você é feito, Alexander.

  Os olhos do mesmo se arregalam.

  — Senhor!?

  — Alexander, eu confiei em você para se tornar mais forte... Eu coloquei minhas expectativas, mas eu perdi tudo o que tinha. Perdi todas as minhas esperan?as em você. Quanta arrogancia, quanto egoísmo, você merece morrer.

  Um enxame de seres sai de cada figura e se junta acima de Alexander. Ele tenta correr, mas sente que as for?as de seu corpo se esvai.

  — Eu convoco o breu!!!

  Gigantescas m?os de fogo negro se formam nos céus e acertam o enxame, apertando-os como nada. Elas os incineram, e a vis?o de Alexander volta ao normal. Alexander sente seu corpo pesar e fecha os olhos. Logo ele os abre e nota uma figura à sua frente. Ele tenta golpeá-la com um soco forte, mas sente sua m?o sendo segurada e depois puxada.

  — Você se saiu bem contra os esquecidos... N?o há nada mais cruel do que aqueles seres tentando se alimentar do seu sofrimento. Eles costumam nos expor a memórias horríveis, s?o múltiplas pessoas juntas ou eu diria facetas.

  — O que diabos foi aquilo? O que diabos é isso tudo?

  — Nós estamos em terras esquecidas... N?o há nada aqui além de seres fragmentados como esses e dem?nios exilados como eu. Mas eu n?o estou aqui porque fui banida, foi minha escolha. Você é forte, e eu posso ver isso por você ter aguentado ficar tanto tempo com sua mente à prova. Mas vamos embora agora, tenho muito o que dizer ainda. Já chega de testes idiotas, pois n?o temos tempo.

  — Embora? O que está acontecendo? Parece que tem algo que te assusta.

  — N?o posso dizer por agora. Apenas vamos logo...

  Sons de uivados, como de lobos, podem ser ouvidos. Dark segura a m?o de Alexander e come?a a correr rapidamente, puxando-o. Alexander sente um aumento rápido de sua velocidade que o assusta.

  Ela ent?o se aproxima de uma pequena caverna próxima das montanhas e o joga lá dentro. Ela entra e fecha com uma pedra rapidamente, sem mais nem menos. Os cristais em seu interior n?o a deixavam t?o escura.

  — Eu n?o entendo o que você está fazendo, cara. Do nada eu quase fui morto por alguma coisa louca lá fora, e agora ouvimos sons estranhos e fugimos. O que diabos você temeria? Vocês s?o iguais e da pra ver como você é poderosa.

  — O rei nos baniu para esse deserto esquecido e colocou esses seres fragmentados para nos punir. Poucos s?o os que est?o aqui. A maioria s?o aqueles que lutaram contra as for?as da nobreza. Você tem um pouco de sorte de ter surgido por aqui... O que mais vai encontrar é areia. Eu mandei matar três seres e trazer suas cabe?as, mas por aqui é quase impossível. Você pelo menos conseguiu sobreviver um tempo, como eu gostaria de te testar afina.

  — Mas por que você me ajudou? O que você viu de diferente em mim? N?o sabia que dem?nios poderiam “salvar humanos”. Todo esse lugar é confuso pra mim. Eu costumava ser bem forte, mas agora n?o sou t?o forte, e ainda mais sem minha espada.

  Dark olha para ele, mas se vira de costas, dizendo:

  — Achei que poderia me ajudar com algo. Soube que outro humano estava no palácio e achei que pudesse fazer um acordo. Tenho certeza de que você está atrás dele. Será impossível encontrá-lo sem a minha ajuda.

  — Você me ajuda? Quais s?o essas tarefas que você me disse?

  — Foi para ver se voce era confiavel. Os últimos humanos que apareceram meio que nos enganaram. Queria me precaver, caso você fosse fazer o mesmo.

  — Como nós o enganamos? Por acaso eu n?o sou o primeiro humano a pisar aqui?

  — Eu n?o sei bem, pois sou um tanto novo em compara??o a tudo isso... Eu n?o participei da guerra dos supremos e era um tanto jovem, mas humanos já pisaram por essas terras e, pelo que sei, antes vocês foram nossos aliados até todos nós se tornarem inimigos.

  Alexander fica confuso por n?o saber sobre certas coisas, mas imagina que esteja ligado aos guerreiros eternos. Seus pensamentos est?o longe de chegar a uma resposta, pois ele nem mesmo sabia que esse mundo existia, tudo parece explodir sua cabe?a.

  — Mas qual é o seu plano, Dark, e o que você procura?

  — A pergunta é: o que você procura, Alexander?

  — Eu preciso sair daqui junto do meu irm?o. Eu preciso salvá-lo antes que a corrup??o fa?a com que ele perca sua consciência. E também tenho que lutar pela guerra com meus companheiros. Eu n?o quero que eles morram sozinhos sem minha ajuda. Eu preciso aniquilar todos aqueles dem?nios.

  Quando ele diz "aniquilar dem?nios", os olhos de Dark ficam cerrados, mas ela tenta manter a postura.

  — Isso se relaciona a tudo o que eu quero dizer. N?o sei como, mas os soberanos encontraram a chave que consegue abrir portas para o seu mundo. Parece que vai haver um grande ataque de um exército mais forte ainda. Nefasto Rah caiu, mas ainda há seres mais fortes do que ela. Há um humano infectado que foi encontrado com a chave...

  — Maldito Isaac, esse é meu irm?o que caiu nesse mundo. Digamos que, na luta contra Nefasto Rah, ele se corrompeu e acabou com ela. Eu estava lutando t?o bem contra ela, mas a minha espada n?o aguentou as chamas...

  — A espada é a chave. Possui poder divino, mesmo que em pouca quantidade da pra usa-la. Isso explica o motivo de vocês terem chegado até aqui e também significa que estamos atrasados.

  — Atrasados? Você faz todo esse mistério, me diga logo tudo que está acontecendo!!!

  — Eu estou disposto a impedir o rei dem?nio e, no processo, impedir que ele vá para seu mundo. Eu já estou farta de maldades com seu povo e meu povo. N?o é necessário que fa?amos isso contra voces, mas sim o ego quebrado de todos eles e a ganancia por prazer. Estou disposto a enfrentá-lo de frente e parar de fugir, mas há algo... há algo que me deixa sem for?as.

  — O que seria aquilo?

  — Aquilo que eu estava fugindo está me ca?ando, e quando eu uso meus poderes, ele pode me sentir. Eu estou me escondendo ao máximo e até mudando meu corpo. Ele é uma das principais armas do rei. Todo ser que ele enfrenta é assassinado pois só o rei dem?nio ordenar para ele ca?ar alguém... A pessoa fica enfraquecida contra o mesmo. Essa é sua vantagem de ca?ador. Sozinha, eu n?o sou nada contra ele, e com sua ajuda, podemos destruí-lo. Seria uma amea?a a menos para seu mundo.

  — Isso seria um perigo para humanos poderosos do meu mundo, mas como vamos matar algo que é poderoso até para você? Minha espada está quebrada e tudo que tenho s?o apenas essas correntes velhas e seu machado, que n?o é bom para mim.

  — Esse machado é feito com um material daqui. Creio que posso fazer algo com as correntes, pois s?o feitas do mesmo material mágico.

  As correntes se acendem e, ent?o, s?o melhoradas, tornando-se mais fortes e novas. Alexander as prende em seus antebra?os e diz, relutantemente:

  — Obrigado, Dark.

  — Vamos enfrentar uma criatura. Quando ela for derrotada, será possível reparar sua espada. Confie em mim, e eu revelarei toda a verdade para você e o ajudarei com seu irm?o. Só n?o vamos perder tempo.

  — Ent?o vamos fazer um pacto, Dark. Nenhum de nós pode trair o outro nisso. Eu lhe ajudarei a parar o rei dem?nio e também a acabar com ele, mas você me ajuda a salvar meu irm?o e nos tirar daqui.

  Ela aperta a m?o dele e eles formam um pacto.

  — Eu aceito, Alexander. Mas, já que vamos lutar juntos contra o mesmo, devo revelar minha verdadeira forma. N?o quero mais me esconder por causa daquele que está me ca?ando.

  Ela ent?o abre as m?os, e as trevas come?am a exalar de seu corpo, até Alexander notar sua verdadeira face. Ele n?o sabia o que dizer ao ver que se tratava de uma linda mulher de pele pálida e cinza. Seus olhos elegantes e amarelos chamam sua aten??o por serem atraentes, mas n?o deixam de ser demoníacos. Ela definitivamente era uma mulher elegante, com uma estatura maior que a de Alexander.

  — Hora de ca?armos o ca?ador, Alexander!

  Os dois saem da caverna e come?am a andar. Alexander n?o entende para onde está indo, mas a segue, ainda olhando muito para ela. Ele n?o consegue distinguir porque um dem?nio se parece tanto com uma humana. é um tanto perturbador pensar que ele se sentiu um pouco atraído por algo que antes era sua raiva. Mas ainda é sua raiva... mas Dark... Dark é estranho.

  — Vamos esperar até que ele note minha presen?a.

  Eles se assentam em algumas pedras, e Alexander n?o deixa de perguntar:

  — Por que você tem essa aparência? Achei que fosse um dem?nio, como tinha aparecido antes para mim.

  — é uma longa história. Digamos que, no passado, os dem?nios e humanos formaram alian?as. Eu sou uma hibrida de humano e dem?nio. Talvez eu pense diferente dos meus iguais por isso, mas também sou mais fraca em decorrência disso. Eu sou mais humana do que você imagina.

  — Humanos com dem?nios? Isso é realmente possível!?

  — Somos mais iguais do que você imagina. No passado, firmamos uma alian?a com vocês por conhecimento e outras coisas... Mas o principal era porque n?o sabíamos como utilizar as máquinas que estavam em nosso mundo, mas vocês as conheciam bem. Elas foram deixadas pelos antigos seres de luz que residiam aqui antes de nós.

  — Isso é muita coisa para minha cabe?a, mas acredito que sabíamos, porque antes dos ataques, o que mais existia eram as indústrias. O ar do nosso planeta até melhorou depois que elas foram abandonadas... Estava uma polui??o desenfreada. Eu n?o sei muito bem dessa época, pois meu av? me contou as histórias.

  Sons pelos céus s?o ouvidos pelos dois, até que uma figura horripilante se apresenta diante deles, observando-os. Definitivamente é um drag?o demoníaco de várias cabe?as. Alexander nunca viu algo assim antes e é quase indescritível.

  — Parece que eu a encontrei, princesa, e eu prefiro te levar viva ao rei. Mas você escolhe se vai morrer mesmo. E este ao seu lado? N?o me disseram que havia outra presa... Mas n?o importa.

  — Você n?o vai me levar, Dragon, pois irei até ele eu mesma... Mas sem que você esteja no meu caminho.

  Dark pula em dire??o ao Dragon, e as duas cabe?as do drag?o tentam atingi-la, mas ela desvia com facilidade. Inesperadamente, uma quarta cabe?a surge, golpeando-a com uma mordida mágica e jogando-a contra o ch?o. Alexander usa toda a sua for?a, pulando e acertando o drag?o com suas correntes, se jogando em sua dire??o. Ele desvia das três cabe?as do drag?o. Dark ent?o ativa um escudo negro em volta de si, fazendo com que dele saiam vários espinhos que n?o o machuquem, mas o atordoam o suficiente para que Alexander possa envolver uma das cabe?as com suas correntes e cortá-la ao meio.

  Dark ent?o fecha seus olhos e diz:

  — Já chega, sua criatura horrenda! Eu vou destruir você!!! AFASTE-SE, ALEXANDER!!!

  Do corpo dela exala uma energia t?o escura quanto o breu, pulsando como se estivesse a fortalecer cada vez mais. Seus olhos se tornam t?o obscuros e de suas costas ficam seis asas negras.

  — Você consegue lutar contra a imperatriz? Veremos, aberra??o!

  Ela voa em dire??o ao drag?o e come?a a desviar das investidas de suas cabe?as. Lan?as mágicas s?o conjuradas em sua dire??o, mas se quebram ao acertar a criatura. Dark se teletransporta de volta ao ch?o.

  — Eu odeio essa sua habilidade. N?o tem habilidades especiais, mas essa em quest?o anula como a minha. De verdade, é um ca?ador.

  Ela avan?a na dire??o do mesmo, aparecendo e desaparecendo, e vários golpes com suas investidas, enquanto se teletransporta, cortam as três últimas cabe?as. Mas dele surgem outras seis. De suas m?os surgem uma lan?a e ela come?a a reetalhar o corpo da criatura em uma velocidade insana, cortando-o. Mas quanto mais ela golpeia, mais forte o drag?o fica e seus atributos físicos aumentam. Ela avan?ou com sua lan?a acertando o cora??o da criatura, expondo ao cortar seu peito. Ela voltou para trás com um salto e para o lado de Alexander, que estava afastado. A criatura come?a a se regenerar.

  — Como você ficou assim, Dark? Que nível de poder é esse!?

  Ela desaba no ch?o.

  — Isso n?o importa. Essa porcaria só me deixa mais fraca. Enquanto ele me ca?ar, eu n?o vou vencer, independente do que eu fa?a... Ele se adapta a tudo.

  Dragon ent?o concentra um raio de energia negra em suas seis cabe?as, pelo resultado dos golpes e esfor?os de Dark. O raio ent?o é disparado na dire??o dos dois. Dark, com o pouco de for?a que ainda resta, desfere uma energia negra gigantesca contra a habilidade do inimigo, fazendo com que elas se choquem.

  “Esse imprestável está absorvendo o poder divino dentro de mim... Eu n?o fui feito para usar isso de fato... O que me torna poderosa... Isso ou minha vontade de mudar toda essa situa??o?”

  Alexander olha maravilhado para Dark e permanece atrás da mesma, que com apenas uma de suas m?os está chocando seu poder contra o de seu inimigo.

  “Por que esse poder se parece tanto com a lamina lendária. Seria t?o bom tê-la em m?os, mas eu tenho uma ideia”.

  Dark é empurrada para trás, mas ainda continua com seu poder. Ela definitivamente está mais enfraquecida.

  — Eu n?o queria fazer isso... Mas já que você está aqui, seu inútil, sirva a sua imperatriz.

  Ela rapidamente, usando sua velocidade, se teletransporta, levando Alexander junto e saindo da dire??o do raio que faz uma imensa cratera contra o ch?o. Dragon olha maravilhado, pensando que havia os eliminado. Ela ent?o cai e Alexander a segura. Ela da um soco de leve no peito de Alexander.

  — Use o meu poder certo ou eu acabo com você... Temos apenas uma chance, pois ele n?o está te ca?ando e o poder dele n?o aumenta caso você o ataque.

  Em um súbito momento, uma lan?a é vista cravada no peito da criatura. Alexander avan?a na dire??o da lan?a e pula com os pés contra ela, cravando-a mais fundo no cora??o exposto da criatura.

  O drag?o come?a a se destruir em partículas, mas, além da morte da criatura, o que surpreende é que Alexander, à frente de Dark, está exalando energia. Asas s?o vistas saindo de suas costas, seu cabelo é t?o claro e a energia pura parece envolver seu corpo. Em compara??o com a mesma antes, eles s?o opostos, ela é a escurid?o e ele a luz.

  — Como pode? O poder dos antigos flui em você? Em mim, apenas havia uma vasta energia maligna que eu tentava suprimir, mas você... Você está parecendo com os seres das histórias.

  Alexander tira o poder de si mesmo e passa para Dark.

  — precisamos cumprir o plano agora que n?o temos nada nos atrapalhando, essa luta só foi mais um obstaculo, a luta de verdade vai ser bem pior...

  — Claro, mas antes preciso lhe dizer algo... Nossa jornada n?o será fácil e poderemos sair mortos disso. Eu acredito que será um tanto difícil, pois se trata do rei dem?nio... Nosso plano é chegar sorrateiramente. Com sorte, poderemos encontrar seu irm?o.

  — Está decidido, Dark... Vamos salvar todos aqueles que merecem viver. Sabe, no início, tudo o que eu pensei era como eu tinha um nojo de seres como você, mas você se mostrou diferente. Eu ainda n?o entendi por que me salvou, mas vamos ajudar um ao outro.

  — Eu achei que todos os humanos eram egoístas e enganadores, mas eu estava errada.

  — N?o está errada, mas nem todos s?o assim.

  — Eu digo o mesmo, Alexander.

  Os dois se aproximam novamente, unindo seus bra?os e firmando novamente sua alian?a. Mas Dark aproxima-se do seu ouvido e diz:

  — A chance de n?o voltarmos é grande, ent?o essa pode ser nosso último dia juntos.

  Sem perceber, ambos estavam se conectando mais do que imaginavam.

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