Tenha cuidado!! é provável que te perdoe, mas n?o será hoje, n?o antes que eu me perdoe. Ent?o, tenha cuidado!!
Ariel flutuava acima do local onde antes ficava Par Adenai. A montanha de pedras onde Par Adenai se encostava estava muito roída, e o oceano estava agora bem recuado. Uma floresta vigorosa tomava todo o lugar, e era cheio de vida. Passaros de toda sorte estava ali, bem como jaguares e panteras, e on?as e cervos e lebres e muitos outros.
Seu cora??o sabia que a linha do tempo podia ser revisitada, mas n?o queria visitar como for a aquele lugar. Aquele era seu aqui e agora, e n?o queria se furtar disso. E tinha que confessar que continuava t?o belo quanto antes.
Devagar desceu e se ajoelhou, colhendo um pouco da terra, que cheirou, os olhos fechados, um sorriso perdido no rosto.
- A vida sabe se reconstruir, n?o é mesmo? – ouviu uma voz suave e cheia de receios às suas costas.
Talvez tenha sido por estar t?o mergulhada em suas lembran?as que só se deu conta de sua presen?a daquele ser de seus pesadelos até ser tarde demais.
Com brusquid?o se levantou e se virou ao pressentir a presen?a que tanto receio tinha de encontrar.
Lázarus tentara um dia falar o quanto ele estava mudado, mas a dor era t?o grande e se alastrava t?o profundamente em sua alma, em seu tempo, que se sentia incapaz de observar com olhos que n?o temessem a destrui??o e a loucura assassina, e se recusou com brusquid?o a ouvir.
Quando se viu frente a frente com ele soltou um urro surdo e raivoso, sua energia se elevando violentamente.
Ladar estava ali, à sua frente. O rosto parecia em paz, mas sabia o quanto ele era mavioso e mentiroso, insidioso. A espada permanecia na cintura, e a energia estava baixa, sob controle. Mas ela bem sabia quem estava à sua frente. E n?o iria permitir que fosse ferida novamente, e muito menos que aquele dem?nio trouxesse mais dor para Lázarus.
Todo seu corpo gritou um aviso medonho enquanto as espadas zuniam raivosas para for a de suas guardas, os olhos fuzilando no anjo que se postava à sua frente.
Haamiah deixou seus bra?os caírem ao longo do corpo, as armas abandonadas e esquecidas nas bainhas.
> Ariel, eu apenas pe?o...
- Veio terminar o que come?ou? – gritou tomada de ódio, avan?ando poderosamente contra o ser.
Haamiah apenas se desviou, se maldizendo por n?o ter avaliado corretamente a rea??o que ela teria. Deveria ter ouvido Lázarus e pedido que estivesse presente quando fosse encontrar-se com ela.
Preocupado viu sua postura tensa e ferina, as espadas levemente seguras, seus olhos em fresta, os movimentos fluídos à sua frente, indo e vindo sobre uma linha imaginária, estudando, avaliando todos os movimentos e músculos e rea??es, se preparando para atacar.
Haamiah sentiu o terrível perigo que corria.
- Ariel, por favor...
Sem que demostrasse ter ouvido qualquer coisa ela avan?ou, as espadas girando e cortando. Haamiah tentou se desviar, mas a cada tentativa via o enorme risco que tinha pela frente. Sem outra alternativa sacou sua espada e aparou um golpe contra seu pesco?o. Mas o movimento dela o surpreendeu quando ela caiu e girou, atingindo sua perna, que foi cortada até o osso.
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Haamiah gritou e tentou se afastar, mas ela parecia ensandecida, os ataques se sucedendo numa sequência impressionante.
Haamiah pensou em desistir e recuar, e deixar para uma outra hora qualquer contato, desta vez com a ajuda de Lázarus. Mas, agora, duvidava que até isso fosse possível, porque ela estava determinada a matá-lo. Sua alma se encolheu de dor, porque tinha quase que certeza absoluta de que ela n?o deixaria sua centelha ir impunemente.
Se recriminou pela idiotice que cometera.
Quando se preparava para subir e se afastar a viu girar numa velocidade estonteante, a palnta do pé atingindo-o dolorosamente no peito, lan?ando-o contra o pared?o da montanha.
Haamiah a custo conseguiu se esquivar da sequência absurda de seus golpes, recuando para a direita ainda sob os golpes violentos dela, que mais parecia uma máquina, determinada e incansável.
Gritou de dor quando a espada passou ao lado do peito, abrindo um grande talho. Num movimento brusco conseguiu afastar o pesco?o, a espada cortanto baixo em sua lateral.
Quase em desespero viu que ela estava, metodicamente, retalhando todo o corpo que usava.
Sem escolha aparou um golpe poderoso, e ensaiou um ataque defensivo, mesmo sabendo que a conta de seus dias estava para ser parado.
Resignado aparou um golpe, sentindo a outra espada cortar fundo sua coxa esquerda.
Haamiah caiu de joelhos, a espada tremendo em sua m?o.
Num giro Ariel atingiu sua espada, lan?ando-a para longe.
Sem dar tempo para qualquer rea??o levantou uma das espadas e a desceu, sob os olhos tranquilos e em paz de Haamiah.
Seu cérebro sentiu como que um golpe ao ver uma espada bloquear o ataque final da vigilante, que urrou de ódio, se afastando um pouco para avaliar quem havia se intrometido.
Foi ent?o que viu Emanoel, e Ariel ficou confusa, as espadas tremendo em suas m?os.
Emanoel a olhou com carinho, após rapidamente examinar Haamiah e os múltiplos ferimentos que ele apresentava.
- Está do lado dele? Está do lado dele? – Ariel gritou possessa, se movendo nvervosa à frente dos dois.
- Ariel, Ariel,... Pode apenas ouvir? Ele n?o veio para te aprisionar novamente, ele n?o veio para te ferir.
Ariel sentiu a voz penetrando em sua mente, e ent?o lhe deu importancia e a pesou, e procurou se acalmar, porque aquele que dizia isso era Emanoel.
- Como sabe, Emanoel? – chorou. – Você sabe o que ele fez comigo, sabe o que ele fez com Lázarus...
- Sabemos, meu bem...
Ariel se empertigou, observando Lázarus que descia bem ao seu lado, após ter olhado Haamiah com repreens?o.
- Você sabia de Negrumo, de Ladar? – gemeu.
- N?o há mais Negrumo, nem Ladar, a n?o ser nas linhas do tempo e nas memórias. Como tentei te falar uma vez – Lázarus falou com extremo carinho, - Haamiah despertou.
- E este é Haamiah, porque ele despertou – Emanoel confirmou, sob os olhos tranquilos de Lázarus, que permanecia em silêncio.
Ariel parou e examinou Haamiah com cuidado, por fim se mostrou um pouco mais calma.
- Eu pe?o mil desculpas, Ariel... Eu estava perdido, eu... – ent?o Haamiah ficou em silêncio, n?o encontrando palavras que pudesse explicar o que lhe havia acontecido.
Ariel inspirou longamente, sem tirar os olhos de Haamiah. Ent?o voltou sua aten??o para Lázarus, e se deixou assim por um bom tempo.
- Você o perdoou?
- Sim, meu bem, tal como muitas vezes fui perdoado pelos meus atos.
- Ent?o eu também vou conseguir te perdoar – falou voltando-se de chofre para Haamiah. – Mas n?o agora, n?o hoje...
- Eu sei, Ariel...
- N?o é por você, Haamiah, mas por mim. E isso porque eu ainda n?o me perdoei pelo que fiz a mim ou a Lázarus. Mas, confio em Lázarus e Emanoel, e sei que vou conseguir – falou abrindo as asas e se afastando num estampido em dire??o a Ponta de Mar.
- Você foi meio doido, n?o foi? – Lázarus repreendeu o anjo ferido enquanto examinava as suas terríveis feridas, que ajudou a se levantar e sentar em algumas pedras.
- Acho que sim... Avaliei mal... Mas, ela tem raz?o em ter todo esse ódio por mim...
- Ela tinha. Tenha paciência, porque ela vai superar isso bem depressa – falou Emanoel aplicando alguns passes de cura sobre Haamiah, que respirou aliviado. – Ela agora está muito mais forte e poderosa que antes. A experiência dela foi dura, mas a fez avan?ar muito.
- O que n?o aconteceu com você, n?o é Lázarus? – Haamiah tentou rir, mas conseguindo apenas uma careta de dor. Ent?o, ao tirar a armadura viu um enorme ferimento perto do fígado, que tratou logo de curar.
- N?o vem n?o... Eu até que dei uma melhorada – Lázarus riu, se elevando. – Fiquem em paz. Vou ver como Ariel está...
- Vai sim... Ela precisa de você... – Emanoel sorriu enquanto aplicava mais alguns passes sobre Haamiah. – Acha que devo deixar alguns? – parou examinando alguns ferimentos, parecendo indeciso.
- Deixe alguns, só para ele se lembrar de ser mais cuidadoso da próxima vez – Lázarus riu, se afastando em dire??o à sua casa.