— Onde estavam?! — exclamou Mira, irritada e visivelmente preocupada, seus olhos brilhando de frustra??o.
— Salvando o mundo! — respondeu Yumi, triunfante, enquanto colocava as m?os nos quadris.
— Sim! Salvando o mundo! — repetiram as outras garotas, entrando no refeitório como se nada tivesse acontecido.
— Estou morrendo de fome. — disse Ravena, esfregando o est?mago.
— Eu também! — concordaram as demais, rindo enquanto se sentavam.
Kay e Rem permaneciam parados na entrada, encarando Mira, que os fulminava com o olhar.
— E ent?o?! — exigiu Mira, cruzando os bra?os. — Vocês desapareceram sem explicar nada! Eu fiquei cuidando do Yuta e da Alice ao mesmo tempo em que me preocupava com vocês! Quero uma explica??o agora! — disse, sua voz carregada de emo??o e irrita??o.
Rem se aproximou de Mira e sussurrou algo em seu ouvido. Um pequeno sorriso surgiu no rosto de Mira, mas ela logo voltou a sua express?o séria enquanto observava Rem entrar no refeitório, reclamando que estava faminta.
Agora restavam apenas Kay e Mira, e o olhar dela era como uma lamina.
— Desculpa a demora. — disse Kay, um pouco envergonhado, mas ainda mantendo seu tom calmo.
— Por que n?o me levou?! — exclamou Mira, visivelmente magoada.
Kay deu um riso abafado, aproximando-se devagar antes de envolvê-la em um abra?o caloroso.
— Eu te amo. Obrigado por ter ficado cuidando das crian?as. — disse ele, sua voz baixa, mas cheia de sinceridade.
— Isso n?o vai me fazer te perdoar t?o fácil! — retrucou Mira, tentando manter a pose, mas com as bochechas coradas.
Kay se afastou um pouco, olhando para ela com um sorriso travesso. — Eu cuido das crian?as. Vai se divertir com as garotas.
— Divertir aonde?! — perguntou Mira, confusa, mas com uma pitada de curiosidade.
— Vai ter festivais em vários reinos. Pode escolher em qual vocês querem ir, e eu abro um portal para lá. — respondeu Kay, tranquilamente.
Mira colocou a m?o no queixo, fingindo ponderar. — Hmmm... Deixa eu pensar um pouco. — disse, claramente fazendo drama.
Kay esperou pacientemente, observando-a com um sorriso de canto.
— O que mais? — perguntou Mira, impaciente, tentando manter sua autoridade.
— Eu prometo que, quando for para outros mundos, voltarei o mais rápido possível. — disse Kay, com seriedade.
Mira finalmente pareceu satisfeita. — Muito bom! Agora, Kay, essa é uma ordem: lembra das memórias que pedi para você esquecer?
Kay ficou imóvel por um momento, digerindo as palavras dela. Ent?o, um sorriso iluminou seu rosto.
If you stumble upon this narrative on Amazon, it's taken without the author's consent. Report it.
— Ent?o era isso... — murmurou ele, entendendo finalmente.
— Desculpa, achei que seria melhor assim. — disse Mira, parecendo um pouco arrependida.
Kay balan?ou a cabe?a, ainda sorrindo. — Tudo bem, nós nos acertamos.
Sem dizer mais nada, Mira o puxou para um beijo profundo.
— Eu também te amo. Tome conta das crian?as... e tenha cuidado! — disse ela, com um brilho de preocupa??o em seus olhos.
— Pode deixar. — respondeu Kay, com um sorriso tranquilo.
Alguns anos depois.
Um portal abriu-se dentro da base, sua energia cintilando como uma aurora.
— Bem-vindos de volta! — disse Mira, sorrindo ao ver Kay e seus generais atravessando a fenda dimensional.
— Voltamos! — respondeu Kay, exausto, mas satisfeito.
Mira franziu o cenho ao ver algo reluzindo nas m?os dele. — N?o me diga que isso é outra arma mágica? — perguntou, cruzando os bra?os.
— é sim! — disse Kay, sem hesitar, exibindo o artefato.
— Você tinha que ver, Mira! Era um deus que lan?ava raios. Ele era bem forte, mas o Kay eliminou ele! — disse Yumi, empolgada.
— Para de matar os deuses! — exclamou Mira, incrédula.
Kay ergueu as m?os em defesa. — Eu tento, mas eles continuam querendo me matar. é eles ou eu. Ent?o, certamente, é melhor que sejam eles! — respondeu, dando de ombros.
— Quantos ghouls você tem agora? — perguntou Mira, desconfiada.
Kay hesitou. — N?o vamos falar sobre isso.
— é uma ordem! — insistiu Mira.
Kay suspirou. — Mais de cem milh?es.
Os olhos de Mira se arregalaram. — Esse número continua subindo! — exclamou ela.
— S?o muitos mundos e muitos universos... — justificou-se Kay.
Mira apontou para um objeto estranho em suas m?os. — E esse martelo? Essa marreta? Que droga é essa agora?
Kay riu, segurando o objeto. — O deus chamou de martelo. Ele disse que eu n?o seria digno de levantá-lo. Acho que ele só achou que eu n?o teria for?a. Porque, olha, esse negócio aqui é pesado! — respondeu, mostrando o martelo com orgulho.
Antes que Mira pudesse responder, uma voz infantil ecoou pelo sal?o.
— Papai! — gritaram Yuta e Alice, correndo em dire??o a Kay.
Kay colocou cuidadosamente o martelo no ch?o e abriu os bra?os para recebê-los.
— Papai está de volta! — disse ele, com um sorriso largo.
— Como foi?! — perguntou Yuta, curioso.
— Os inimigos eram bem fortes, mas nós vencemos! Tinha várias explos?es, raios por todos os lados... ficou tudo claro como o dia! — explicou Kay, gesticulando animadamente.
Os olhos de Yuta e Alice brilharam de curiosidade.
— Eu vou contar tudo depois, mas... Cadê seus irm?os? — perguntou Kay, olhando ao redor.
— Eles saíram com as tias. — respondeu Alice, inocente. — Parece que tem muita história para contar, papai. — disse ela.
Kay riu. — Parece que sim.
Kay levantou o olhar para Mira, que cruzava os bra?os com um sorriso travesso. Seu olhar curioso logo pousou no martelo deixado por ele no ch?o.
— Tá todo mundo ocupado. Você conhece elas. — disse Mira, enquanto se aproximava do artefato, inclinando-se para tentar levantá-lo.
Com o rosto se contorcendo pelo esfor?o, ela arquejou:
— Quantas toneladas isso pesa?!
Kay reprimiu uma risada enquanto a observava.
— Um martelo? — perguntou Alice, aproximando-se também, os olhos brilhando de curiosidade.
— é uma arma mágica. — explicou Kay, com um tom que misturava admira??o e casualidade.
— Outra? O que essa faz? — exclamou Yuta, animado.
— Essa aqui te dá o poder de controlar raios. Mas, aparentemente, você precisa ser "digno" para usá-la. — respondeu Kay, fazendo aspas com os dedos enquanto enfatizava a palavra.
— Digno? — repetiu Yuta, confuso.
Kay deu de ombros, rindo levemente.
— Eu também n?o entendi muito bem. Mas, se quiser tentar, vá em frente. — disse ele, com um sorriso encorajador.
Os olhos de Yuta brilharam, e ele correu até o martelo com entusiasmo.
— Boa sorte, garoto. — comentou um dos generais de Kay, enquanto os demais deram um passo para trás, olhando para o martelo com certo respeito.
Kay percebeu a movimenta??o e ergueu uma sobrancelha, olhando para Mira.
— Amor, é melhor você se afastar também.
— Por quê? — perguntou Mira, já com as m?os nos quadris, um pouco irritada com o aviso.
— Bom... — come?ou Kay, segurando Alice nos bra?os. — Quem porta o martelo controla raios. E, bem, isso pode ser um pouco... imprevisível.
Mira olhou para o martelo, depois para Yuta, que agora analisava o artefato com uma determina??o encantadora. Ela suspirou e recuou para ficar ao lado de Kay e Alice.
— Falando nisso, onde está sua m?e? — perguntou Kay para Alice, enquanto observava o filho.
— Ela estava tomando banho! — respondeu Alice com a naturalidade de uma crian?a.
Kay balan?ou a cabe?a com um sorriso. — Entendi.
Ele olhou para Yuta novamente e deu um leve tapinha nas costas de Alice.
— Torce pelo seu irm?o, está bem? Ele vai precisar de apoio.
Alice, com sua energia típica, bateu palmas e gritou:
— Vai, você consegue!
— Isso aí! — disse Kay, em tom de incentivo, segurando a risada ao ver Yuta se preparando como se estivesse prestes a enfrentar uma batalha épica.
Yuta se posicionou em frente ao martelo, o olhar determinado. Ele segurou o cabo com ambas as m?os e come?ou a fazer for?a, as veias de seus bra?os saltando com o esfor?o. O martelo mexeu levemente, levantando alguns centímetros do ch?o, mas logo caiu de volta, pesado demais para ele.
— Eu... eu n?o consigo! — disse Yuta, desistindo e recuando alguns passos, visivelmente frustrado.
— Talvez da próxima vez você consiga! Agora, vem para perto do papai. é a vez da sua irm?! — disse ele, apontando para Alice.
— Tá! — respondeu Yuta, aproximando-se de Kay. Ele olhou para a irm? e sorriu. — Boa sorte, Alice!
— Obrigada, irm?o! — respondeu Alice, confiante, enquanto se afastava em dire??o ao martelo.
Kay puxou Yuta para um abra?o protetor, seus olhos atentos em Alice.
A pequena garota parou diante do martelo, respirou fundo e olhou ao redor. Todos estavam torcendo silenciosamente por ela, com sorrisos de incentivo. Alice colocou as duas m?os no cabo do martelo e, com toda a for?a que conseguia reunir, puxou para cima.
O que ninguém esperava era que o martelo fosse leve para ela. T?o leve, que Alice puxou com for?a demais e acabou soltando-o involuntariamente, lan?ando-o para longe.
O som dos trov?o ecoou quando o martelo voou para longe dali em dire??o aos céus, deixando todos em choque.